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Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas.

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Mensagem por Psycho Martini Qua Jul 15, 2015 5:19 pm

Textos nunca antes publicados devido a... não me lembro.
Um bônus para quem está vagando pelo fórum depois de tanto tempo.
Achei enquanto estava relendo as cenas do Tigres. =3

Cena 1- Íris e Jayden. Essa cena se passaria no tópico de Guerra cotra a Red Bulll, antes de Íris enfrentar Ernesto e depois daquela cena com ambos interagindo na casa dos Harper.


Dentro do quarto fechado, Íris olhava a rua através do vidro.
Apesar de a vizinhança estar silenciosa e calma, a expressão da baixinha era tensa e ansiosa, como se fosse ver algo horrível a qualquer momento.
Sua mente atribulada quase deixou passar as batidas discretas na porta. Somente quando estas se tornaram mais insistentes, a garota pareceu acordar de seu transe para atender ao mordomo.


- Senhorita, ele chegou. – o senhor cochichou pela brecha da porta.

- Entendi. Por favor, peça para ele entrar.

Houve uma pausa em que o mordomo ficou encarando a patroa com um ar surpreso, logo mudando para algo desaprovador. Íris não precisou de nada mais para adivinhar o que se passava na cabeça dele.

- Estamos em meio a uma guerra, sabe. Preciso conversar direito com ele, sem ninguém olhando. – disse aborrecida, revirando os olhos.

Ainda um tanto relutante, o homem de meia idade assentiu e se retirou para atender o pedido da jovem.

Jayden entrou logo a seguir, sob o olhar reprovador do mordomo. Em outra situação teria se estranhado com o senhor, como sempre fazia desde que passara a frequentar a casa de Íris, mas no momento tinha assuntos mais importantes a resolver.
O jovem parou à frente da garota, encarando-a intensamente em silêncio. Sabia que não tinha o direito de reclamar ou se opor à decisão de Íris, mas doía tanto vê-la marchar para a guerra sozinha e não poder estar ao seu lado de verdade naquela hora... baixou a cabeça, sem saber direito o que falar ou fazer.

A terceiro-anista também aparentava não saber o que fazer. Apenas ficou parada ali, o estampado vestido de verão contrastando com sua expressão séria e fechada.
Só depois de alguns segundos pôde-se notar que na verdade, Íris estava encarando o mordomo logo atrás de Jayden, que ainda olhava para os dois através de uma fresta na porta.
- Alfreeeedo. – chiou ela.


Com um último olhar rabugento para o moreno e assumindo a pose de um pai magoado, o mordomo fechou a porta com um clique.

A garota de longos cabelos lilases não se demorou e logo trancou a porta, dando um longo suspiro.
- Desculpe por isso.


- Sem problemas. - O moreno respondeu, seus olhos grudados no chão. No momento, nem estava ligando se o mordomo estava ou não ali. Na realidade, pela primeira vez, parecia compreender os sentimentos de Alfredo, de querer proteger uma pessoa querida mas não poder fazer nada a respeito, a não ser observar de longe.
Jayden suspirou e fechou os olhos, massageando a própria nuca.
- Como você está? - perguntou, apenas para quebrar o clima tenso entre os dois.

- Eu estou... bem.
A resposta veio seca, vazia. Aquela frase pareceu pairar no ar entre os dois, enquanto a colegial ainda olhava para o trinco da porta.
Um silêncio pesado se seguiu.
Depois disso, um som metálico, tão baixinho que só pôde ser ouvido devido a ausência completa de outros sons.
A mão de Íris apertavam o trinco da porta com tanta força que fazia-o tremer sob sua mão, o metal reclamando sob a pressão.


Jayden virou-se para a origem do barulho, encarando o trinco e depois Íris.
- Está tentando nos trancar aqui dentro? Alfredo vai derrubar a porta e apontar uma bazuca na minha cabeça se você fizer isso... - comentou, tentando acalmar a garota.

- Estou... com medo. – murmurou, num fio de voz.
Era óbvio que aquela frase não tinha nada a ver com a última pergunta de Jayden. Era como se a garota sequer tivesse escutado aquelas palavras.


O jovem Harper aproximou-se de sua amada, abraçando-a carinhosamente e beijando sua testa.
- Eu estou aqui com você, não precisa ter medo. - Sussurrou no ouvido de Íris, apertando mais o abraço. - Vai dar tudo certo, você vai ver.


As pequenas mãos de Íris soltaram o trinco da porta e se concentraram em agarrar o pano da camisa sobre as costas de Jayden.
Deixando suas fraquezas virem à tona por um momento, a líder do Conselho deixou sua testa descansar sobre o peito do moreno.
- Todo mundo está contando comigo... e se eu falhar? E se mais pessoas se machucarem? Se eu for a causa de tudo isso... – sua voz foi morrendo e ficando estrangulada.


Jayden afastou-se apenas o suficiente para encarar Íris nos olhos.
- Acalme-se, Íris. Você não está sozinha, lembra? Eu estou com você, todos nós estamos. E eu melhor que ninguém sei o quão forte você é. Você não vai falhar e ninguém vai se machucar por sua causa. Vai dar tudo certo, ok? - tentou acalmá-la, segurando-a fortemente pelos ombros, tentando passar o máximo de confiança para a garota.

Íris piscou seus olhos rubros por alguns instantes, como se a visão dos olhos verdes de Jayden os queimasse. Aos poucos, porém, sua expressão foi ficando mais leve.
- Você... tem razão. – disse baixinho, parecendo desconcertada. – Desculpe... que bobagem a minha. Fui fraca, não é...



Jayden sorriu, dando outro selinho nos lábios da colegial.
- Você não precisa ser forte sempre. - Sussurrou, deslizando seus lábios suavemente pelo pescoço da garota. - Você não precisa usar a máscara da Ice Queen comigo. Eu quero que você seja simplesmente você, Íris Dufiel. - disse mordendo o lóbulo da orelha de Íris, provocando-a.

A pequena abriu a boca para responder o filho mais novo dos Harper prontamente, mas um arrepio acompanhado de um tremor que vinha do pescoço a interrompeu. Ao invés da resposta ensaiada que planejava, apenas um som inteligível saiu de sua garganta, enquanto sua mente ficava turva com o toque e as palavras do moreno.
- J-Jaaayden! – seu nome saiu como um protesto, um aviso, um pedido, tudo misturado.
A garota sabia muito bem que o namorado só estava sendo deliberadamente malvado, se aproveitando de sua condição atual.
- F-fico feliz em ouvir... quero dizer, eu acho que você... Obrigada por... Eu estou tentando... Aaaah, esquece! – terminou a tentativa falha de ser eloqüente com um resmungo, o rosto de colorindo com um vermelho intenso.


Jayden riu, beijando a testa de Íris mais uma vez.
- Você fica melhor assim do que tensa e preocupada.

A baixinha ergueu a cabeça novamente para encarar o rapaz alto e assentir.
- Obrigada.
O típico sorriso pequeno e sem dentes de Íris surgiu em seus lábios, enquanto seus olhos grandes se estreitavam levemente.


Jayden sorriu e alisou os cabelos de Íris, ainda abraçado a ela.
- Tome cuidado pra ir pra escola a partir de agora, ok? Não acho que vão tentar te encarar, mas sempre tem um louco suicida por aí... - comentou, tentando não parecer muito preocupado.

- Ah... Não acho que seja pra tanto, Jay...
Íris balançou a cabeça lentamente.
- E mesmo se vierem... Eu acabo fácil com eles, não é... – ela ergueu uma sobrancelha. Era incrível como ela dizia aquilo sem parecer arrogante.
– Não é pra você se preocupar com isso.


- Tá bom. - sorriu, dando outro selinho na garota. - Mas tome cuidado mesmo assim. Você não pode se machucar até sua luta contra o Guevara.

- Pode deixar. Acabo a luta em 1 minuto! u.u b *SD*
A jovem pausou, voltando a olhar o rosto do namorado com atenção.
- Não precisa ficar preocupado. Não mais. Como você disse, eu vou ficar bem. Mesmo. – disse, com a voz firme, apertando as mãos largas do estudante entre suas mãos miúdas. – Eu sei me cuidar... e não estou sozinha.
Hesitando novamente, Íris pareceu lembrar de algo.
- E se você continuar a parecer tão obviamente preocupado comigo, o Josuke vai desconfiar mais ainda. Eu acho que ele notou algo... ._.


- Quem, o Joe? Naaah... Quer dizer, pode até ter notado, mas não juntou 1+1. Ele deve estar muito preocupado com a Kaelyn pra pensar em qualquer coisa no momento. – Jay encolheu os ombros, displicente.
Joe não era o maior dos problemas, de qualquer forma. Até porque sentia uma pontinha de culpa de estar escondendo a verdade do amigo, afinal, ele nunca escondeu seu relacionamento com Kae.

- Ele acha que a garota de cabelos cheios vai ser atacada? – ela indagou, pendendo a cabeça para o lado.

- Bom, ela foi finalista do Matadouro. Se ele não pensa, deveria pensar. u.u; Tanto Kae quanto Singo são alvos grandes, afinal são nosso "futuro".

- Mesmo assim... do modo que as notícias só se espalham resumidas, eu temeria mais pela ruiva. – Íris ergueu os olhos rubros. – E por você. Naturalmente, além dos líderes, os segundo-em-comando são muito visados.

- Vão precisar correr muito pra me pegar, então nem precisa se preocupar. – respondeu o rapaz, erguendo o polegar e sorrindo para Íris. - Já o pessoal da Pistols vai ser um problema, porque dizer pra eles não arranjarem confusão e não dizer nada dá na mesma...

- Nem me fale sobre o pessoal da Sex Pistols... – a colegial bufou, cruzando os braços. – Kagura me contou que o Kaede já arranjou confusão logo de manhã. Mas, Jay...
Ela tornou a colocar o tecido da camisa de Jayden entre os dedos.
- Não esqueça que eles têm o Unkou... – acrescentou baixinho, um tanto preocupada.


[Kurotsugara Unkou, segundo-anista da Red Bull.]
[...O homem mais rápido de Kafundoh.]

- Não acho que o Unkou vai vir atrás de mim. - ergueu as sobrancelhas. - Quer dizer, ele não tem nada a ganhar com isso... E não acho que ele seja tão irracional assim, a menos que ele esteja querendo diversão... Mas se fosse o caso, ele não precisaria esperar uma guerra acontecer pra me desafiar...

-É... é verdade.
Íris assentiu vagamente, parecendo dizer aquilo mais para ela mesma do que para Jayden, enquanto mordiscava seu dedo mindinho.
- Eu não o conheço bem, mas essa é a lógica...


- Não se preocupe. Mesmo que ele venha atrás de mim, o máximo que pode acontecer é eu ser forçado a lutar com ele, nada demais. <~~ leviano

- Ahn. u_u Me tranqüiliza bastante. – Íris tornou a cruzar o braços. - Se eu bem me lembro, isso foi o que eu fiz com você no último outubro e não acabou muito bem. u.u#

- Tá dizendo que ele é mais forte que eu? u_u#

- E se eu tiver? U.u Não tenho visto você se esforçar. – provocou, cutucando um dos bíceps do moreno.

- Ah, ótimo! Então vai ficar com ele! – o colegial irritou-se, afastando-se de Íris e girando o trinco da porta.

- Ah, não, seu bobo!
A pequena lutadora conseguiu envolver o pulso de Jayden, parando-o por um momento.
- Como diabos você chegou a essa conclusão, afinal? – protestou, com uma expressão entre o aborrecimento e a ansiedade. – Nem se ele fosse o mais forte de Kafundoh eu iria querer isso! >_<


- Como eu cheguei a essa conclusão? De todas as pessoas do universo, você está me comparando a ele? E não sabe por que estou irritado? – resmungou o mais alto.

Íris mordeu o lábio, sentindo-se culpada.
- Eu... posso continuar comparando. De como você é mais inteligente, como tem um caráter mil vezes melhor... e como é mais bonito também. Além disso, eu não me importo minimamente com ele, enquanto eu gosto imensamente de você! – dizia muito rápido, parecendo embaraçada.


- De como ele tem treinado mais, ficado mais forte e como ele vai limpar o chão com a minha cara, né? - completou, irritado. Íris certamente tinha pisado no calo de Jay.

- Não exagera, vai. U.u Ele nunca limparia o chão com a sua cara. Nem eu ou o Josuke conseguimos fazer isso, imagine aquele lá. u.u – ela ergueu uma sobrancelha.

- Tá mentindo pra quem, agora? – Jayden virou o rosto, ainda emburrado.

- Se fosse pra mentir, eu já teria feito isso mais cedo, evitando que você ficasse com essa cara. – ela suspirou, revirando os olhos. – Eu estou preocupada, porque mesmo uma luta equilibrada pode te mandar pro hospital, não percebe?

- Você sabe bem que isso é normal em Kafundoh. Não precisa se preocupar comigo, eu sei me virar. – o integrante da SoaD cruzou os braços, ligeiramente arrogante. - Além do mais, se eu for parar no hospital, é só você ir me visitar lá.

- Enfermarias públicas me privariam de ser eu mesma na sua frente. u_u – a baixinha revelou o cerne de suas preocupações. – Não daria pra fazer nada a não ser conversar e fingir te odiar e etc.

- Ah, é? – Ele indagou, achando graça. – E o que mais você queria fazer, exatamente?

- É claro que eu quero não fingir coisas! E ao m-menos poder tocar em você... n-não que isso fosse... ahn... deixa pra lá! – finalizou pela segunda vez aquela noite, visivelmente nervosa.

Jayden ergueu uma sobrancelha, encarando Íris.
- Agora que começou, termine.

A baixinha desviou o olhar rapidamente, fixando o olhar em sua penteadeira como se esta fosse muito interessante.
- V-você... é um sádico que adora me provocar só pra me ver ficar assim, não é... Mas... será só por isso... Quando...
Ela respirou fundo, soltando as palavras com o ar, todas de uma vez;
- Quando é que você não vai se despedir à noite?
Entretanto, assim que essa frase foi lançada, Íris assumiu uma expressão de profundo arrependimento.
- Não! Não é bem isso, não estou... eu... só queria saber se... é por minha causa e... não quero... parecer... uma... é que... esperava... meu problema... minha aparência... – cada vez mais vermelha, mais nervosa e mais envergonhada, a garota começou a não fazer sentido, enquanto gesticulava como um moinho.


Jayden arqueou as sobrancelhas, encarando Íris enquanto tentava entender o que a garota queria realmente dizer. Ela estava realmente pedindo para eles passarem a noite juntos? Não, não era isso que ela tinha dito. Ao menos não com essas palavras. E ele não queria perguntar para depois levar um fora.
- Ahn... Você prefere que eu me despeça durante o dia? Mas daí vamos ficar menos tempo juntos, né? - respondeu, tentando parecer inocente.

Íris deixou o queixo cair. Jayden não havia entendido? Ou será... que ele só estava sendo cruel, obrigando-a a falar mais claramente, a se envergonhar mais ainda?
Ou poderia ser a primeira opção e esta seria sua chance para voltar atrás...
- Estava falando de... p-passar a noite. – disse num murmúrio, quase se arrependendo novamente. – Mas é como eu disse, queria saber se era... por minha causa e...
Mas sua voz já estava tão baixa que morrera no meio da frase.


- "Passar a noite"...? - Jayden repetiu, incrédulo. Íris queria que Jayden passasse a noite na casa dela... Com ela...? - "Passar a noite" do tipo... Só... Passar... Quer dizer... - Baixou o olhar, encarando o chão.

Não estavam indo... Rápido demais...?
- Eu... Não... Você... - e voltou a encarar Íris, de um modo inesperadamente tímido. - Você realmente... Realmente... Quer isso? Quer dizer... Não quero ser muito apressado e... Depois você se arrepender... Por causa do verão... - respondeu, ligeiramente corado.

- Não era pra você entender errado, já disse.
A garota parecia contrariada e se recusava a olhar diretamente para o moreno.
- Eu só queria saber... o motivo. Sempre ouvi que você é afoito. Mas comigo...
Ela pausou, balançando a cabeça, muito corada.
- Não te atraio, é isso? Ou você acha que... o meu passado te atrapalha? – perguntou, expondo seus temores internos, sentindo a boca muito seca.


"Entender errado"? Então ele tinha entendido errado? Geez, era por isso que não queria se dar esperança demais.
- Pra sua informação, eu respeito o tempo das pessoas. Eu não saio por aí atropelando a vontade dos outros e nem estuprando garotinhas pra me satisfazer. - virou o rosto, ligeiramente contrariado. - Além do mais, sempre que eu tento qualquer coisa você se afasta e diz que eu sou mau ou que estou brincando com você, agora você vem jogando a culpa em mim? - cruzou os braços, corado. - O que você quer que eu faça, que te tome à força?

- Não... não é isso!
Íris cravou os olhos no chão.
- Sinto que você só faz brincar mesmo. Que não tem a intenção...  Não que eu esteja reclamando! Eu só queria saber o motivo.
Ela cruzou os braços, quase se abraçando.
- Ou talvez eu só esteja complexada, vendo coisas onde não tem...


Jayden suspirou, voltando a fitar Íris de enviés.
- Como vou ter intenção de alguma coisa se você não me corresponde? Eu só posso continuar tentando. - resmungou, virando-se para a garota e alisando seus cabelos. - Eu vou esperar o tempo que você achar necessário até estar pronta, Íris.

Com as bochechas ainda rosadas, Íris assentiu levemente, mostrando que entendera.
A pequena sentou-se em sua cama larga, brincando com o tecido do vestido que usava.
- Sabe... eu ainda... quase não acredito. – sua voz era suava e ela tinha um ar de sorriso nos lábios. – Que a gente está junto. No momento em que eu percebi o que sentia, já acreditei que seria sempre unilateral.
E ergueu os olhos, para finalmente voltar a fitar o namorado.


O moreno sentou na ponta da cama, fitando a Ice Queen com um meio sorriso.
- Foi estranho pra mim também... perceber todos esses sentimentos...

- Lembra quando você dizia que nenhum homem são iria me querer? – indagou ela, colocando uma mão do rapaz entre as próprias mãos, as sobrancelhas levantadas, um certo ar de riso em seu rosto.

- Hmm... Acho que isso me torna insano, né? - Respondeu com um sorriso maroto nos lábios. - Acho que realmente foi insanidade... - murmurou, aproximando-se de Íris, roçando seus lábios nos dela. - Somos quase Romeu e Julieta...

- Bem... dizem que tudo sendo proibido, é melhor... – a jovem murmurou, semicerrando os olhos enquanto seus braços envolveram o pescoço de Jayden. – Ou... você caiu em si e quer voltar atrás? – brincou, batendo as pestanas.

- Hmm... Não, acho que continuo louco. - trouxe a garota mais para perto, abraçando-a enquanto a beijava apaixonadamente.

Íris respondeu ao beijo com igual entusiasmo. O verão e os hormônios faziam seus ouvidos zunirem e seu sangue correr mais rápido.
Tomada pelo calor ascendente, a colegial colou ainda mais seu corpo no de Jay. O cheiro dele era entorpecente, sua pele tinha um gosto convidativo, sua respiração produzia ruídos que soavam como uma melodia. Até o pulsar das veias no pescoço do moreno pareciam estar chamando-a para mordê-lo.

[Não quero ir rápido demais e... Depois você se arrepender... Por causa do verão.]
A lembrança repentina dessas palavras a fizeram hesitar. Por um momento de delírio, ela quis contradizê-las. Não era rápido demais. Eram anos de tensão sexual embutida em inúmeras brigas, eram incontáveis sentimentos represados... tudo isso temperado pelo proibido, o escondido, o secreto. E o verão, sim, inegavelmente o verão estava muito envolvido naquilo.

[E se travasse? E se empurrasse Jayden para longe, com medo dele ou assombrada por um fantasma do passado? Nunca fora testada nesse sentido antes...]

Aquele derradeiro pensamento a fez emergir do pescoço do jovem Harper, desgrudando os corpos que pareciam ter se fundido.
- Jay... – ela disse baixinho, emoldurando o belo rosto do segundo-anista com suas mãos pequeninas. – Jay, posso te pedir uma coisa?


Ainda relutante, Jayden separou seus lábios dos de Íris, controlando cada fibra de seu ser para não ultrapassar a linha. Inspirou profundamente, sua respiração voltando ao normal aos poucos, antes de finalmente abrir os olhos e encarar a amada.
- Diga. - respondeu, levando as mãos até as mãos de Íris e acariciando-as com carinho.

As sobrancelhas de Íris denunciavam certo sofrimento interno, por mais que seus lábios sorrissem levemente.
- Sei que vai ser um pedido muito difícil, então vou entender se você negar... – começou, olhando-o nos olhos. – Mas minha intenção é me acostumar com você, me preparar...
Algum suspense foi feito enquanto a baixinha reunia coragem.
- Será que... você poderia dormir aqui hoje, comigo? Só... dormir? – perguntou, já em tom de quem já se desculpava, sabendo que estava pedindo demais.


Jayden demorou algum tempo antes de finalmente responder Íris. Não que não quisesse ficar com ela, mas duvidava que sua força de vontade e obstinação seriam fortes o suficiente para evitar cruzar a linha.
- Tá bem, eu fico. - respondeu, ainda hesitante. - Só preciso ligar para casa. Mas eu não trouxe roupas nem nada. Você quer que eu fique hoje mesmo?

Por breve segundo, pareceu que Íris fosse sorrir. Sorrir de verdade, lábios abertos e dentes a mostra, como ela nunca foi vista fazendo. Porém, aquilo foi só uma impressão. Os lábios da moça de contraíram e se curvaram em um sorrisinho satisfeito, sem se descolarem.

- Obrigada, Jay. Você é mesmo incrível... – pendeu a cabeça para um lado. – Mas você quem decide. Se quiser ficar hoje, o telefone está na penteadeira... e você pode usar umas roupas que meu tio deixou no quarto dele. O que é uma sorte, porque ele mora muito mais no dojo do que aqui.


- Tá bem. Vou ligar para casa, então. – o estudante afastou-se de Íris e foi em direção ao telefone. Antes de discar, porém, resolveu usar o próprio celular. Não era comum, mas por via das dúvidas, era melhor que vissem seu número na memória do que o de Íris.

A Ice Queen apenas assistiu Jay se afastar. Por dentro, seu coração batia com força.
Não sabia nem se ela mesma iria se segurar, mas confiava no seu amado.
Só sabia que iria dormir nos braços do moreno, aninhando seu corpo pequeno junto ao alto rapaz, sendo envolta por seu cheiro, se sentindo segura...

E aquele pensamento a fez sorrir internamente.


Última edição por Psycho Martini em Seg Ago 31, 2015 11:06 pm, editado 2 vez(es)
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Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas. Empty Re: Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas.

Mensagem por Psycho Martini Qua Jul 15, 2015 5:44 pm

[BackGround da Íris que eu escrevi com ajuda da Jade porque sim.]


Meu nome é Íris Dufiel. Minha mãe colocou esse nome pelo simples fato de gostar de arco-íris.
Nasci na França, país da minha família paterna, mas não lembro muito de lá...
Afinal, aos seis anos eu já estava em Kafundoh e aqui foram feitas a maioria das minhas memórias e o meu treinamento. O mesmo não se pode dizer dos meus pais.. Acho que eles viveram mais fora do que aqui.
Mamãe sempre odiou os dois, falo de Kafundoh e do meu treinamento.
Mas... Depois daquele incidente ela teve que concordar - com ambos. Ela, que sempre quis fugir da origem da família de lutadores, se viu obrigada a voltar para Kafundoh.
Não compreendam mal, minha mãe sempre quis ser... Normal. Acho que foi por isso que ela casou com o meu pai, que não sabe dar nem um direto de direita.
Mesmo assim, qualquer mãe ficaria frustrada por não poder dar uma surra apropriada quando quer, qualquer mãe se culparia, pois sua filha não pôde se defender por causa da sua aversão a lutas... Depois do incidente.
A escolha que fez depois disso não foi fácil para ela, mas ela fez tudo pensando em mim. Minha mãe voltou a Kafundoh, o lugar que ela mais odiava, convencendo meu pai e a atropelando todos que foram contra.
Sou agradecida por isso.

Walter é o nome do meu tio e mestre - ele foi o motivo da volta de minha mãe. Ela queria que ele me ensinasse artes marciais.
Tio Walt quase morreu engasgado com seu café quando ouviu isso da boca da irmã mais nova. Conhecendo ela, era como ouvir Hitler falar sobre paz mundial.
Talvez por isso mesmo, assim ele fez e faz até hoje.
Como eu já mencionei, meus pais viajam muito. Com o Tio Walt, eu tinha família sempre por perto, pelo menos.
Acho que mamãe pensou nisso também.

Você deve estar se perguntando o que diabos foi o tal incidente em negrito... Bem, não vou fazer mais mistério, isso aqui não é um mangá de suspense.
Só deixo claro que, ao contrário de muitos filmes e mangás clichês, eu não lembro e isso não é uma ferida marcada no meu peito.
Eu simplesmente esqueci, apaguei - eu era muito nova.
Quando eu era pequena, minha mãe insistia em uma educação que ela achava apropriado para uma garota: nada de socos ou chutes, mas passos de dança, música e arte. Eu fazia balé, pintura e piano, tudo que ela achava de mais charmoso.
O balé numa academia conceituada de dança.
Pintura em uma pequena turma que se reunia no ateliê da professora aos sábados.
E piano com um professor particular.
Pois é, o professor particular não tinha um bom caráter.
Tudo o que eu sei foi o que minha mãe me falou antes da minha primeira e precoce ida ao ginecologista.
Somando isso com o lance do ginecologista, você já somou dois mais dois e é, eu não preciso dizer mais nada.
Não que eu me importe...
Eu não lembro, nem tenho medo de lembrar... Sei que já é uma memória perdida, recalcada, lacrada, selada- o psiquiatra que me atendeu naquela época disse isso a mamãe.
Não faço questão dela.

Ao contrário do que vocês possam pensar, não cresci odiando os homens, isso também é clichê.
Sei muito bem que como tem os homens bandidos, também existem os homens príncipes... É, mas esses são bem mais difíceis de encontrar.
Minha mãe, quando podia, me contava histórias de romances, além de sempre estar comprando muitos livros do gênero.
Acho que explica o meu posterior gosto por shoujos.
Nessas histórias, os homens príncipes são mais abundandes, é bem verdade.
Não sou alienada; sei bem como a vida é, homens príncipes são difíceis de encontrar.
Mesmo assim... Por difícil não quer se dizer impossível... Não é?

Também não virei uma revoltada porque tinha pouca atenção dos pais... Sempre entendi que a vida deles era o trabalho e que sempre que podiam, estavam comigo.
Tio Walt também ajudou muito, apesar do jeito dele.
Igualmente, acho que virar patricinha e descontar carência em comprar aleatoriamente é para as fracas.
Pessoas fortes mostram seu valor pelos punhos e não pelo dinheiro. Eu sou forte. Me esforcei para isso.

Ainda assim...

Faltava algo...

Com a ausência da minha mãe, faltava... Uma figura feminina forte...
Alguém para conversar sobre coisas mais femininas... Para aprender coisas assim com ela.

Sim, deve ter sido por isso...

Deve ter sido por isso que entrei naquele mercadinho.


[O Verdadeiro Intruso no Ninho]
[Capítulo 1]

Como moradora de Kafundoh há mais de 7 anos, Íris sabia muito bem quem era "Sydney". Mas mais do que conhecer - ela a idolatrava.
Toda vez que alguém contava algo sobre Sydney, seja uma informação pessoal ou luta, Íris ficava muito quieta, ouvindo atentamente, os olhos rubros brilhando.
Se lhe perguntassem um exemplo de mulher, responderia "Sydney" prontamente.
Ídolo? Sydney.
O que queria ser quando crescer? Como a Sydney.
Foi assim por toda a sua infância.
Agora, com 14 anos, a tietagem estava mais discreta... Mas ao mesmo tempo, a coragem estava maior.
Finalmente ela juntara forças e estava ali, em frente ao mercadinho Águia.

A garota encarava o mercadinho, entretanto não fazia nenhum movimento, nenhum sinal de que ia entrar.
Deveria ser uma cena muito patética, Íris pensou consigo, uma baixinha de chiquinhas apertando o vestido e tremendo... Com medo de entrar num MERCADO.
Foi esse pensamento que impulsionou-a para dentro, em uma passada grande.
"Mas... E agora?", pensou, começando a entrar em pânico no meio do mercado, entre as prateleiras que facilmente escondiam sua baixa estatura, "O-o que eu faço?".
A idéia de ir direto ao caixa e perguntar por Sydney na lata a apavorava - não, não iria fazer isso, o que Sydney iria pensar de alguém assim? Que ela era uma fã stalker? (Quê?)
Respirou fundo algumas vezes, acalmando-se.
"Calma, Íris, você está num MERCADINHO, no mercado as pessoas COMPRAM coisas... Compre alguma coisa e puxe conversa com quem diabos estiver no caixa, é simples!", ela se convenceu internamente.
Íris olhou em volta e largou a cabeça para trás.
...
Mas não tinha NADA que ela quisesse comprar ali. Nada que ela precisasse.
"Qualquer merda serve!", disse a voizinha interna.
A baixinha revirou os olhos e pegou a primeira coisa que viu quando se virou.
...
- E... O que diabos vem a ser isso? - murmurou, estreitando os olhos para a "coisa".
Um cabo de madeira... Com uma coisa de borracha vermelha na ponta, em forma de cuia...
Íris encarava o desentupidor de pia com suspeita.
"Tanto faz", pensou, dando de ombros e levando aquela coisa para o caixa com passos decididos e quase robóticos.

Levou um tempo para que Íris parasse de olhar seus próprios sapatos para olhar para o caixa e ela ainda fez isso lentamente.
Na primeira visão, ainda nublada pela franja de cabelos lilases, Íris constatou que não era Sydney e por um momento sentiu alívio.
Mas quando finalmente encarou o atendente, o alívio sumiu no mesmo instante e ela sentiu-se congelar.

- Pois não, senhorita...? - hesitou o rapaz que agora também olhava para Íris. E sorria.

Algo... Algo naquele rapaz moreno, alto e de cabelos curtos... Algo naqueles olhos esverdeados... A fazia ficar muito nervosa.
E Íris não gostava disso.
Não gostava mesmo.
Na verdade, queria sair dali o mais rápido possível.
Em um gesto automático, Íris estendeu o desentupidor numa mão e o dinheiro em outra como resposta.

- Ahn... Sim... - com uma cara meio confusa e meio embaraçada, ele aceitou ambas as coisas, - Um momento...
O moreno separou o troco no caixa e a entregou, junto com o desentupidor. Sua expressão continuava como alguém que tinha dito algo errado.
- Obrigado pela preferência - disse po fim, tentando um novo sorriso.


- N-não... Não tem de quê..!
Íris pegou sua mercadoria e se virou rapidamente com as bochechas coradas. Em seguida, tentou sair dali o mais rápido possível sem parecer que estava correndo, sentindo o olhar do rapaz queimar em suas costas.

Ela só se acalmou novamente quando parou de correr e estava a dez quadras do mercadinho.
Foi ai que ela lembrou.
- Eu não perguntei sobre a Sydney-sama...! - disse em voz alta, dando um facepalm que deixou até marca.


[Capítulo 2]

"Não, não estava sendo covarde", Íris pensou para si mesma, olhando para o famigerado mercadinho de novo, três semanas depois, "Eu só dei um tempo para que eu não ficasse parecendo uma stalker".
Um vento forte soprou, balançando as tranças e o vestido verde da garota.
...
Uma bola de feno passou junto com a folhas secas.
...
- Certo. - disse, finalmente movendo-se e entrando após minutos feito estátua.
Novamente, se viu cercada por aquelas prateleiras, sentindo um pouco de pânico a invadir.
Mas dessa vez estava mais preparada.
Já tinha planejado o que comprar antes.
- Balinhas, balinhas... - murmurou, procurando entre os produtos.
E lá estavam as balinhas, um saco delas, perfeito.

- Essas balinhas são muito gostosas! - Exclamou uma voz suave atrás de Íris.
Se a garota se virasse, poderia ver a simpática dona do estabelecimento sorrindo para a garota.


O saco de balas foi parar no chão.
Primeiro, Íris, já naquela idade, não estava acostumada a ser surpreendida por trás.
Segundo, quando ela se virou assustada, deu de cara com Sydney.
A própria.
Em carne e osso.
Bem ali, a sua frente.
A baixinha já estava branca como papel, muda e sua boca fazia um O perfeito.

- Ara, você deixou cair o pacote, querida! - Disse abaixando-se para pegar o pacote de balas e o entregando a seguir para Íris, ainda sorrindo. - Precisa de ajuda em mais alguma coisa? *brilho ao redor*

- D-d-d-d-des-desculpe! - quando Íris pegou o pacote, esse começou a fazer barulho com a sua tremedeira, - O-o-obrigada, eu n-n-n-n...
A garota apertou o saco de balas contra o peito e respirou profundamente, tentando se acalmar.
Demorou um pouco até que ela respondesse.
- Eu só queria as balinhas mesmo, Sydney-sama... Obrigada...
Agora ela estava um pouco mais calma, mas havia decidido baixar os olhos para diminuir o nervosismo.

- Ué, nós nos conhecemos? o.o - A garota parou por um instante, levando o indicador ao queixo. - Me desculpe, eu não me lembro o seu nome. ^^' - Disse ligeiramente desconcertada. - Bem, se não precisa de ajuda eu vou voltar para o caixa...

- Não... Na verdade... Não... Só eu conheço a senhora... E meu nome é Íris, Íris Dufiel.
Ao ver Sydney se afastar, Íris a seguiu timidamente, ainda segurando o pacote de balas.
- Er... Eu... Eu... Sou uma fã sua... E...
Ela hesitou e parou de falar. Por fim, ficou vermelha e balançou a cabeça como para espantar um pensamento.
- E eu q-queria comprar as balas...er...É.

- Fã? - A jovem senhora repetiu, virando-se para Íris ao chegar no caixa. - Ora, eu não esperava ter uma fã. ^^ Não nos dias de hoje. Obrigada, pequena Íris, é uma honra poder tê-la como minha fã. - Respondeu gentilmente, estendendo a mão na direção do pacote de balas. - Posso?

- Eu ouvi muitas histórias da senhora... - prossegiu Íris, sentindo-se um pouco mais encorajada, entregando as balas para Sydney, - Até os dias de hoje ainda não apareceu mais ninguém do seu nível, Sydney-sama...
Ela baixou os olhos novamente.
- Bem que eu me esforço para isso, mas eu não acho que tenho todo esse talento... - murmurou.

- Ara, ara, pode me chamar de "você". ^^' - Comentou sem jeito, abanando a mão. - Eu não tenho idade para ser "senhora" ainda. - Riu, passando o pacote pela leitora. - São 3 Kafundollars. E não desanime. Eu só consegui ser uma boa lutadora porque treinei muito e nunca desisti. ^^

- Mas... É que a senh... Digo, você é casada... Desculpe, de qualquer jeito.
Meio embaraçada, Íris catou sua carteira da bolsa e entegou o dinheiro.
- Treinar... É o que eu sempre faço... - suspirou, - Acha mesmo que só assim eu consigo?

- Se fosse apenas por isso, eu seria chamada de "senhora" desde os 15 anos. ^^' E bem, se você treina realmente com afinco, acredito que sim. ^^ Kafundoh é uma cidade maravilhosa para se desenvolver, pelo menos para nós lutadores. Você vai ver que quando entrar no colegial, vai se desenvolver ainda mais rápido. ^^ v - Fez um "v" com os dedos. - E obrigada~

- Só... No colegial? - Íris suspirou, meio desapontada, enquanto abria seu saco de balas, - Ainda estou no meio do ginasial...
Ela fez um pequeno bico antes de colocar o doce na boca.
De repente, algo pareceu lhe ocorrer na mente, num flash, fazendo-a corar um pouco.
- Ah... Sydney-sama... V-você está sempre trabalhando no caixa...?

- Bom, você vai evoluir até lá, mas no colegial vai evoluir mais rápido. ^^' - Respondeu tentando animar a garota. Ao ouvir a pergunta, a jovem ergue uma sobrancelha. - Ah... Bem, não... Durante a manhã sim, mas à tarde que fica no caixa é o meu filho mais velho. Por que a pergunta? ^^'

- S...SEU FILHO? - Íris exclamou, arregalando os olhos, - M-mas, mas... Ele tem cara de já estar no colegial... E a senhora, digo, você...!
A garota apontava para Sydney com a boca em forma de quadrado.
- Eu pensei... Que fosse algum empregado... - murmurou, os olhos em espirais.

A jovem riu, levando uma das mãos à boca.
- Ora, muito obrigada, minha querida. Eu tive o Ryan alguns meses depois de ter me casado. ^^ - Disse ainda sorrindo gentilmente para Íris. - E, como eu disse, eu me casei com 15 anos, então...


- Ah... Bem... Verdade... Nossa... Imagina... Nunca me imaginaria casando daqui a um ano... Ninguém imagina...
Íris coçou a cabeça, meio sem jeito.
- Então... - ele semicerrou os olhos, - o nome dele é Ryan...?

- Haha, acho que eu sempre fui muito precoce. ^^' - Coçou a cabeça, sem jeito. - E sim, o nome dele é Ryan. E você tem razão, ele está no segundo colegial agora. Está cursando a Suzuken. ^^~ É o meu orgulho. - Comentou carinhosamente. Era muito sutil, mas Íris podia perceber que algo no sorriso de Sydney tinha mudado. Era um sorriso mais orgulhoso e mais caloroso, demonstrando que realmente tinha muito carinho pelo rapaz.

Íris pendeu a cabeça para o lado, observando Sydney como quem observa uma pintura. Admiração era a palavra que definia sua expressão.
- Mesmo...? - ela deu um pequeno sorriso, meio sem jeito, - Ele deve ser muito forte... Além de... Ser uma boa pessoa... P-pelo menos é o que parece...
Falou a última frase corando, não sabendo bem porque dissera aquilo.

- Ele é realmente muito forte. - Concordou radiante. - Pena que ele não tenha mais o mesmo interesse que antes pelos treinos... - Suspirou, preocupada. - Bem, bem, eu tenho que ir atrás do meu marido, ele deve ter se perdido no estoque de novo. ^^' Foi muito bom conversar com você, querida! Apareça mais vezes, daí eu posso te apresentar ao meu marido e aos meus filhos. - Comentou acenando e se afastando.

- Ah... Apresentar?!
Íris pareceu realmente desconcertada, mas ao mesmo tempo, um brilho iluminou seu olhar.
- M-muito obrigada pelo convite...! F-foi um prazer!
Ela acenou fracamente de volta, mal acreditando no que tinha ouvido.
- Até mais... Sydney-sama!
E dando meia volta, a garota de cabelos lilases saiu do mercadinho. Saltitava... Sentindo que poderia voar.


[Capítulo 3]

Não foi algo de imediato. Íris visitou Sydney outras tantas vezes, sempre comprando alguma besteirinha (adesivos, biscoitos, borrachas, lápis, canetas, envelopes) e perguntando sobre a juventude e lutas de Sydney ao caixa, até chegar o dia em que Sydney estava com um tempinho sobrando e pôde cumprir a promessa que fez à garota.

A baixinha quase tinha esquecido do fato, aquela fora uma visita como as outras, ela já tinha escolhido algo aleatório (chicletes) e se encaminhara ao caixa com os olhos brilhando.
- Bom dia, Sydney-sama - cumprimentou, ainda um pouco tímida, mas bem mais à vontade que na primeira vez.

- Bom dia, Íris. - A mulher ao caixa respondeu, com um sorriso radiante. - Como vai? Avançando em seu treinamento? - Indagou gentilmente, pegando  os chicletes das mãos de Íris.

- Está indo bem... Tio Walt vem me ensinando uma nova técnica de torção - respondeu parecendo realmente empolgada, embora quisesse se controlar, - Ele quase deslocou meu braço quando demonstrou.
Ela moveu o braço para ilustrar que já estava bem, como se não fosse grande coisa.

Sydney analisou o braço da garota. Ainda sorria gentilmente, porém algo em seu olhar havia mudado. Ficou em silêncio por alguns segundos, então voltou a sorrir como antes.
- Já é quase hora do almoço. Você não quer ficar para almoçar, querida? Assim posso te apresentar à minha família. - Disse parecendo realmente empolgada com a idéia. - Você gosta de strogonoff? - Perguntou fazendo uma cara pensativa, levando uma das mãos à boca, cobrindo-a.


Íris foi pêga de surpresa pelo convite. Arregalou os olhos e corou, mas respondeu protamente:
- S-se não for um incômodo, Sydney-sama... Eu... Eu gostaria muito de conhecer sua família - e assentiu de forma efusiva com a cabeça, - Gosto sim.

Sydney riu, abafando o som com a sua mão. Ela saiu de trás do caixa e pegou uma chave, indo até a porta.
- Bem, bem, então vamos fechar a loja e subir. Você pode pegar dois sacos de batatas-fritas nas geladeiras, querida? Eu vou fechar a porta e já volto. - A loira passou a mão suavemente pelos cabelos roxos de Íris e foi até a porta do estabelecimento.


- Sim, claro!
Corando ainda mais, Íris foi aos trancos e barrancos atender ao pedido de Sydney, sentindo o coração acelerar.
Mal podia acreditar, iria conhecer a família de Sydney... E até entrar na casa dela!
Como era sortuda.
Íris pegou os sacos e esperou Sydney voltar para seguí-la, tentando esconder a ansiedade.
- Sydney-sama... - ela falou baixinho, parecendo se dar conta de algo, - Quantos filhos a sen... Você tem?
Ao que lembrava, nunca havia feito essa pergunta e pelas conversas que tivera, sempre soube que era mais de um, até, na verdade, mais de dois, mas nunca soubera com exatidão.

- Ao todo são quatro. Ryan, Luke, Jayden e a pequena Layla.- ela sorriu, cheia de orgulho, já adentrando na casa através da escada que a conectava ao estabelecimento. - Pena que só vou poder te apresenar 3, pois Jayden não estuda aqui em Kafundoh.

Íris seguiu Sydney de perto, com o seu olhar admirado como de costume. Passos pequenos e tímidos.
- Nossa... Quatro filhos... - murmurou ainda audivelmente, - E eu querendo ter ao menos um irmão... Deve ser muito bom ter uma família grande.
Ela pausou, pensativa.
- Mas... Porque um deles não está junto com os irmãos? - perguntou como se aquilo fosse algo impensável para ela.

- Eu sei como você se sente. - Sorriu de forma compreensiva, suspirando em seguida. - Eu também sou filha única, sabe. Chase tem um irmão, mas eles não se dão lá muito bem. - Encolheu os ombros, como se dissesse que não havia nada a fazer a respeito. - Deve ser por isso que temos uma família grande. - E riu novamente, achando muita graça do assunto. <~~ não foi por isso, enfim. u.u;
Ao ouvir a última pergunta, a loira ficou um pouco mais séria, embora ainda mantivesse o sorriso gentil. - Jayden está estudando numa escola especial. Ele está praticamente terminando o colegial, sabe? Meus pais acharam que seria melhor se ele frequentasse uma boa escola. Algo que possibilitasse que ele tivesse um futuro... Diferente. - Respondeu.
Íris podia sentir que Sydney não estava realmente feliz com essa decisão, mas que de certa forma já tinha se conformado. - Ele está bem, de qualquer forma, é isso que importa. - Disse isso mais para si mesma que para a garota.


- Ah... Entendo... Realmente... Se for o caso, é melhor para ele.
Íris baixou a cabeça, como se pedisse desculpas por ter mencionado aquilo, ela sentiu que estava sendo intrusiva demais.
- É, quem sabe eu vá ter uma família grande no futuro também - brincou um pouco, para desviar o assunto.

- Bem, não é exatamente fácil. - Admitiu, coçando a bochecha. - Mas é bem divertido. eu gosto. - Entrou na cozinha, pegando os sacos das mãos de Íris. - Você pode ir assistir um pouco de televisão, querida. Daqui a pouco Ryan e Luke vão chegar, aí você vai ter com quem conversar.

- Criar filhos com certeza não deve ser fácil - Íris assentiu calmamente, - Sem problemas, eu estou bem, eu espero.
Ansiosa para não atrapalhar, Íris se retirou da cozinha e olhou em volta, procurando a TV.
Ligou-a e ficou assistindo a qualquer coisa, no canal que tinha aparecido, sem mudá-lo.
Na verdade, estava muito nervosa para prestar atenção na TV. Ouvia a seus pensamentos, que gritavam entusiasmados e olhava em volta discretamente, observando um local.
Era até engraçado ver a baixinha ali, dura como um poste, sentada ereta, arriscando de vez em quando olhar para o ambiente.
Era uma fã empolgada, cercada de coisas do ídolo, mas cuja a educação a reprimia de qualquer reação exagerada.

A sala da casa dos Harper era bem simples e organizada - o que era admirável pra uma casa com cinco pessoas morando. O piso era revestido com carpete de madeira escura, e as paredes eram brancas. A parede em frente à porta era a única colorida, pintada com um laranja chamativo. Nessa parede estavam três prateleiras grandes, com fotos da família, plantas e alguns CDs. Mais abaixo abaixo estava a televisão, duas caixas de som (uma de cada lado da TV) e um aparelho de video-cassete (já que não existia DVD na época), sustentados por um rack baixo, com três gavetas. Os sofás na cor creme estavam dispostos em U, de costas para a porta e de frente para a televisão. Na parede da porta havia uma grande estante com livros de um lado e uma planta do outro. Atrás do sofá maior ficava um aparador, onde estavam o telefone e mais algumas quinquilharias.

Enquanto Íris olhava para o nada, a porta abriu-se atrás dela. Dois garotos entraram rindo, despreocupadamente. Os dois eram altos, embora o mais velho fosse bem mais alto que o mais novo. Os dois eram morenos, mas tinham cortes de cabelo diferentes: o mais velho tinha cabelos curtos lisos, a franja teimava em cair em seu rosto; o mais novo tinha cabelo comprido, na altura dos ombros, preso em um rabo de cavalo. Os olhos também eram de cores diferentes; o mais velho tinha olhos esverdeados, enquanto o mais novo tinha olhos cor-de-madeira.

A garota se virou com um pequeno sobressalto, ficando ainda mais dura no sofá.
A primeira coisa que registrou foi Ryan, reconhecendo-o e corou um pouco com isso. Só depois notou o mais novo, mas só olhou-o com curiosidade por alguns momentos para depois voltar a olhar Ryan.
Quando finalmente notaram sua presença, ela olhou para o chão, sem saber direito o que fazer, estava na casa deles, deveria se apresentar?

- Quem é essa? - O mais novo indagou, encarando Íris.
- Eu... Não sei. o.o - Ryan disse, fitando Íris com curiosidade também. - Embora eu já a tenha visto na loja. Acho. - Completou, piscando.
- Aff, o babaca do nosso pai deve ter deixado a porta aberta de novo. - O mais novo disse, batendo na própria testa.
- Não é improvável. ^^' Mas ela pode ser filha de algum conhecido... - Coçou o queixo, na dúvida.
- Ô garota. u_u Quem és tu? - O mais novo perguntou, praticamente ordenando.
- Que rude, Luke. ^^' - O mais velho repreendeu.
- Não torra. U_U - O mais novo corou, desviando o olhar de Íris.

Íris ergueu uma sobrencelha ao ouvir as especulaçóes do não-Ryan e uma pequena veia surgiu em sua testa ao ouví-lo sendo rude, mas esta logo sumiu, pois ela desviou o olhar para Ryan.
Ficara um pouco contente por ele ter lembrado dela, esperava que aquele contato efêmero tivesse passado sem deixar marca nenhuma na mente do garoto.
- Sou Íris Dufiel, muito prazer. - disse, levantando-se e fazendo uma reverência educada, - Sydney-sama me convidou para o almoço, desculpem-me, espero não ser um incômodo.

- Sama? - Luke franziu a testa, estudando a pequena garota. - Quem exatamente é você? u.u;
- Muito prazer, Íris. Eu sou Ryan e este é meu irmão Luke. - Respondeu dando uma cotovelada no irmão. - Espero que aprecie o almoço. ^^
- "Aprecie o almoço"? - Luke imitou o irmão, incrédulo. - Você tem noção de como isso é cafona?
Ryan deu um peteleco na cabeça do irmão e o empurrou na direção do corredor.[/color]
- Bom, com licença. ^^; Nós vamos trocar de roupa. - E saiu da sala empurrando o irmão.

- Sou uma estudante do ginasial - foi tudo o que Íris respondeu a Luke.
Com outra reverência, se dirigiu a Ryan:
- Muito obrigada.
Ela voltou a se sentar do seu jeito rígido e observou os dois se retirarem com certa curiosidade.
Tinha a impressão que ia gostar daquela família no geral.
As coisas boas facilmente compensavam as ruins.
Corou um pouco com esse pensamento.


[Capítulo 4]

Não demorou muito para Íris ter certeza de que iria gostar daquela família.

Minutos depois dos irmãos saírem, a porta abriu mais uma vez. Desta vez um homem jovem, de cabelos castanho-claro compridos (mesmo corte do Luke) e de óculos entrou. Usava uma camiseta verde e uma calça jeans já bastante gasta. Ele observou Íris com interesse, um sorriso bobo nos lábios.
- Ué, nós temos visita? Muito prazer. - O homem fez um aceno com a cabeça. - Como se chama?


Íris, que pensava que a aparição dos irmãos seria tudo, foi realmente surpreendida dessa vez.
Mas ué...? Sydney só tinha três filhos, um estava viajando, quem...?
Se bem que... Isso não importava, Íris não conseguiu não simpatizar com ele de primeira.
- Íris Dufiel, o prazer é todo meu - disse saltando do sofá e fazendo sua reverência.
Quando se endireitou, retornou o olhar de forma ligeiramente tímida, mas com uma sombra do seu pequeno sorriso em seus lábios.

- Ora, muito prazer, srta. Dufiel. Eu sou Chase Harper, espero não tê-la assustado. - Riu abertamente. Pelo visto ele tinha notado que a garota não esperava encontrá-lo. - Você é amiga da Layla? - Indagou analisando a garota, como se fosse um scanner humano.

- Chase...?
Íris piscou e por sua cabeça se passaram várias falas de Sydney que continham esse nome.
Claro, o marido da Sydney, faltava ele! Mas... Não esperava tão jovem...!
Se bem que como Sydney era como era, não deveria estar surpresa.
- Ah, desculpe, achei o senhor tão jovem...E não, não... Não sou amiga da sua filha. Sydney-sama me convidou para o almoço.

- Ah! - Exclamou, surpreso. - Ora, que surpresa agradável. Não é todos os dias que temos garotinhas tão bonitas comendo conosco. ^^ Exceto minha filha, claro, mas... - Pareceu hesitar por um instante, então coçou a nuca. - Enfim, como você conheceu a Sydney? - Indagou sentando-se no sofá menor.

Íris corou um pouco, mas manteve a compostura.
- Obrigada pelo elogio... Espero também conhecer sua filha.
Ela tornou a se sentar, torcendo um pouco as mãos.
- Ah, eu... Conheci Sydney-sama nas histórias...
Fez uma pausa, corando um pouco mais.
- Digo, eu sempre fui fã dela... A conheci realmente no mercado, pois queria muito encontrá-la. - finalizou, um pouco desconfortável, não queria dar a impressão errada a Chase, "O príncipe de Sydney-sama".

- Entendo. Bem, acho que você é a primeira que ela convida pra almoçar... Os outros ela mandava pro hospital, em geral. - Chase riu, realmente achando graça da situação. - Você é especial. - Ele assentiu, cruzando as pernas, largado no sofá.
Nisso Ryan entrou na sala. Agora vestia uma camiseta branca e um jeans escuro.
- Oi pai. Oi Íris. - Acenou para a garota. - Meu pai não está enchendo seu saco, né? - Perguntou parecendo realmente preocupado. - Não hesite em cortá-lo se estiver. u.u; Ele não tem senso de noção.

- Heeey. u_u - Protestou indignado. - Eu tenho sim!
- Sei. - O filho respondeu, sem realmente dar crédito ao pai. - Bem, vou ajudar a mamãe na cozinha. Até. - Acenou despedindo-se de Íris e foi até a cozinha.

- Pro hospital? *gotas*
Íris ficou muito sem jeito com as palavras de Chase, mas após alguns segundos pensando, respondeu:
- Se bem que eu ficaria muito honrada se Sydney-sama lutasse comigo... Mas creio que não estou pronta para isso.
Ao ver Ryan novamente, Íris baixou o olhar para não corar de novo.
- Não, nem um pouco... - negou com a cabeça, - Ah... Sim... Até...
Ela ficou olhando para a entrada da cozinha por alguns segundos antes de retornar o olhar para Chase.

- Sydney não é exatamente delicada. ^^' - Chase respondeu, baixando o tom de voz. Pelo jeito que ele falava, a esposa ficava realmente brava ao ouvir aquilo. - Quanto a estar pronta... - Chase colocou a mão esquerda sobre o ombro direito, girando o braço como se estivesse se aquecendo. - Ninguém realmente está. Pelo menos não para enfrentar a Syd. ^^' Acredito que você saiba o apelido dela? - Indagou erguendo uma sobrancelha.

- Invecible! - Respondeu Íris, estrelinhas podiam ser vistas nos seus olhos, enquanto ela fechava os punhos. Uma fã sendo questionada e feliz por mostrar que sabe.

Chase riu, concordando.
- Sim. Acredito que você também saiba de todas as lutas dela e os resultados, não? - O rapaz sorriu, fitando Íris. - Quando eu era mais novo, costumava desafiá-la de tempos em tempos. Depois de perder várias vezes, eu acabei desistindo. - Suspirou, largando os ombros. - As pessoas ainda tentam vencê-la, embora ultimamente muito poucos a desafiem... - Coçou o queixo, pensativo. - Acho que estamos ficando velhos. - E riu mais uma vez.


- Não estão ficando velhos mesmo - Íris juntou as sobrancelhas, olhando para o rosto de Chase com certa intensidade, - Mas... Não digo que não estou preparada para vencê-la, querer isso seria prepotência da minha parte...
Ela suspirou, desejosa.
- Eu queria mesmo era dar pelo menos uma boa luta, entende...

Chase sorriu simpaticamente, ainda observando Íris. Antes que pudesse responder alguma coisa, Sydney apareceu na porta da cozinha. Usava um avental branco e luvas de pano nas mãos.
- Querido, pode arrumar a mesa para mim? O almoço já está pronto, vou apenas ajeitar a comida nas travessas. - Antes que o marido respondesse, ela se virou e voltou para a cozinha. Estava claro que, embora sorrisse gentilmente e tivesse pedido, era uma ordem indiscutível <~~ u.u;
- Sim, senhora. - Respondeu para o nada, levantando-se. - Com licença, vou arrumar a mesa para o almoço. Você quer vir?

- Por favor, deixe-me ajudar - Íris levantou-se prontamente, rígida como uma tábua.

Chase fez um aceno positivo com a cabeça e entrou numa sala ao lado da cozinha. Nela havia uma mesa grande de madeira, dez cadeiras simples de madeira (quatro de cada lado e um em cada ponta), cadeiras e mesas dobráveis de metal em um canto e uma grande cristaleira na parede lateral (com três prateleiras no centro, seis gavetas embaixo da porta e seis nichos, sendo três de cada lado... Os nichos têm fotos, flores e algumas bebidas.) . Na parede da cozinha havia um balcão que tinha vista para a cozinha, com bancos altos, como se fosse uma cozinha americana. Na parede oposta à porta, uma grande janela no estilo francês (daqueles que vai até o chão, mas que não é uma porta o.o') iluminava a sala. Uma cortina pesada ajudava a diminuir um pouco a intensidade da luz.
- Bem, eu vou pegar as coisas, você pode arrumá-las na mesa para mim? - Chase indagou, sorrindo, enquanto pegava uma toalha na cristaleira.


Íris seguiu Chase e, quando adentrou no lugar, parou por alguns instantes olhando em volta. Parecia querer resistrar tudo na sua memória: como era a casa da sua ídola.
Ao ouví-lo e voltar a realidade, Íris assentiu de modo enfático, se dirigindo a mesa prestativamente.

Chase colocou a toalha na mesa, ajeitando-a rapidamente, e em seguida pegou pratos e talheres, colocando-as em cima da mesa de jantar. - Ryan, pegue o guardanapo no armário, por favor.
O adolescente se virou e foi até o armário, voltando segundos depois.
- Aqui. - Ele disse passando o pacote pelo balcão.

- Querido, pegue o apoio e coloque essas travessas na mesa. - Sydney disse colocando cinco grandes travessas no balcão.
- Ok. - Chase respondeu virando-se e indo até a cristaleira.

Íris foi ajudando como pôde, ajeitando os pratos e talheres, além de alinhar a toalha. Evitava olhar para Ryan, tinha a impressão que se fizesse isso, iria derrubar alguma coisa.
Quando não tinha mais nada que ela podia fazer, ela parou, de pé, olhando para Sydney como alguém que espera uma ordem.

- Ryan, vá chamar seus irmãos, sim? - Sydney disse amavelmente, desarrumando o cabelo do filho.
- Tá bem, eu já volto. - Ele deu um sorriso tímido e saiu da cozinha.
- Já está tudo pronto? - Sydney olhou para a mesa, satisfeita. - Bem, bem, pode ir se servindo, querida. ^^ - Sydney disse, tirando o avental e saindo da cozinha também. Entrou na sala em seguida, sentando-se ao lado de Chase.
Os três filhos entraram praticamente em seguida. Luke estava vestindo uma calça jeans e uma camiseta preta de banda. A garotinha que vinha logo atrás tinha longos cabelos negros e a pele muito branca. Diferente dos irmãos, seus olhos eram pretos. A garota fitou Íris de enviés, mas não disse nada. Apenas sentou-se à mesa ao lado de sua mãe.


- Ah, sim, obrigada...
Íris, não muito a vontade, não sabia bem onde sentar. Escolheu no outro lado de Chase, seguindo a regra de sentar-se o mais perto possível de quem a convidou, mas olhou em volta para ver se alguém iria ter alguma objeção a aquilo.
Timidamente, Íris se serviu de arroz, strogonoff, batata frita e salada em porções equilibradas; nem grande demais para não ser deseducada, nem pequenas demais para não fazer desfeita com a cozinheira.
- Obrigada pela refeição - disse antes de tocar na comida.

Ryan e Luke sentaram-se no lado oposto aos pais. Todos serviram-se alegremente e agradeceram a refeição, em uníssono.
- Querida, você não vai ficar com fome? - Sydney perguntou, olhando o prato de Íris.
Na casa dos Harper todos comiam bastante, por isso a pergunta da loira. [/color]
- Não precisa ficar com vergonha, Íris, pode pegar o quanto quiser. - Chase encorajou, com o sorriso bobo de sempre nos lábios.
- É, nós estamos acostumados a receber os mortos de fome da gangue do meu pai, já estamos acostumados. - Luke ironizou, rindo baixinho.
- Luke! - Sydney exclamou, enquanto Ryan dava outra cotovelada no irmão e o olhava feio.
- Descuuulpa. - Luke revirou os olhos.

Íris piscou, sem entender muito bem.
- Ah... Não se preocupem, se eu não estiver satisfeita, repito o prato ou algo assim... - disse pegando o garfo e a faca, - Mas normalmente as pessoas comem proporcionalmente ao tamanho...
E bem, uma Íris de 14 anos mal tinha chegado aos 1,50 m.

- Hmmm. - Sydney pareceu considerar. - Mas você é uma lutadora, deve gastar praticamente o dobro de energia de uma pessoa comum. - Sydney pendeu a cabeça para o lado, pensativa.
- Se ela quiser, ela repete o prato, mamãe. - Ryan respondeu, de cabeça baixa.

- Tem razão... - Íris assentiu, - Mas ao mesmo tempo meu estômago não consegue ser muito grande, como muito aos poucos.
Íris deu seu pequeno sorriso para dizer que estava tudo bem para Sydney.
Depois de alguns segundos mastigando, Íris olhou para Layla de soslaio, meio sem jeito, mas tomou coragem e falou com ela:
- Você deve ser Layla... - começou, tentando amaciar sua voz que já era meio grave na época, - Sou Íris Dufiel, muito prazer, desculpe por não ter me apresentado.

- Prazer. - Layla respondeu educadamente, fitando Íris por alguns instantes. Em seguida voltou a comer silenciosamente.
Ryan observou as duas com um olhar estranho, quase como se estivesse com medo de alguma coisa.
- Er.. Hum.. Então, Íris... - Começou, sorrindo sem jeito. - O desentupidor foi útil? <~~ mudando de assunto do nada u_u" [/color]
Luke parou por um instante e fitou o irmão, desconfiado, a boca semi-aberta.
- Que desentupidor? o.o - Sydney perguntou inocentemente.

Primeiro, Íris pareceu confusa.
- Que desentup...
Mas aí ela lembrou.

[Íris voltou para casa, depois de correr em volta da quadra muitas vezes para estravazar o estresse. Ou seja, estava suada, ainda um pouco com raiva de si mesma... E com o desentupidor ainda na mão.
- S-senhorita...?! - O mordomo Bóris levou um susto com seu estado ao abrir a porta para ela.
- u_u Boa tarde Bóris.- Íris adentrou, os pés quase fumaçando e entregou-lhe o desentupidor, - Toma.
- Boa tarde, mas... - Bóris pegou o objeto, muito cofuso, olhava de Íris para o desentupidor e do desentupidor para Íris, - Por que me deu um desentupidor?
- E isso é um desentupidor? - O tom de Íris é de quem não se importava e nem tinha registrado direito, ela continuava andando, - Tanto faz, ache um uso ou dê a alguém que precise.
- S-sim senhora. o.o0
Bóris ficou ali aparado até Íris desaparecer escadas acima.]

- Ah... Ah... AH!
As orelhas de Íris começaram a ficar vermelhas, até que todo o seu rosto estava assim.
- B-bem, sim, quero dizer, deve ter sido, me pediram, eu não tinha nada pra fazer, fui dar uma volta, ai comprei, sabe como é... Eu nem sei bem pra quê que foi, na verdade, sou desligada nesses assuntos de casa, nem compro nada... Quero dizer, só ás vezes pra sair da rotina...
Ela falava muito rápido, gesticulando um pouco, até que finalmente engoliu em seco e resolveu enterrar a cara no prato.

- Oh, entendo. - Ryan respondeu, olhando para Íris com cara de vaso. Sydney ainda estava com um grande ponto de interrogação estampado em sua cara e Luke ria baixinho da reação de Íris. - Bem, então... Você conheceu minha mãe aqui na loja ou em outro lugar? - Ryan continuou, tentando quebrar o gelo da situação.

- Na loja... - Íris respondeu um pouco baixo, ainda olhando pro prato, o rosto voltando a cor normal bem aos poucos, - Um pouco mais de três meses atrás, eu acho...
Ela ergueu os olhos para Sydney, como se querendo confirmar.

O ponto de interrogação sumiu e um sorriso tomou seu lugar.
- Ah, é verdade! Nossa, tão pouco tempo? Eu jurava que era mais... - Fez cara de pensativa, mas logo voltou a sorrir. - Ela também quer entrar na Suzuken quando for para o colegial. Não é legal? ^^
- Mesmo? Nossa, que coincidência! Eu me formarei lá ano que vem, e o Luke vai começar ano que vem, também. Então você é lutadora? - Ryan indagou, fitando Íris. Não achava que ela se parecia lá muito com uma lutadora.
- Você luta o quê? - Luke quis saber, parecendo interessado em Íris pela primeira vez.

- Deve ser porque eu apareci muito na loja - coçou a cabeça sem jeito. Na verdade ela visitava a loja primeiro duas vezes por semana, depois três, até que só não estava por lá nos fins de semana.
Ao ouvir Ryan, a baixinha meneou a cabeça.
- Não é tanta coincidência, acho... Os fascinados com a fama daquele lugar sempre vão parar lá, afinal... - e assentiu, - Sim, sou uma lutadora.
Quando Luke falou, Íris repuxou um canto do lábio, indecisa se seria de bom tom falar. Mas afinal, estava as vistas de sua ídola, isso a fazia ser um pouco menos cuidadosa.
- Jojutsu - respondeu, estreitando os olhos rubros.
No fim, Íris suspirou. O pensamento de que não ia estudar junto com Ryan havia se formado na sua cabeça.

- Waaa, que legal! Acho que eu não conheci ninguém que lutava jojutsu... Hmmm... - Fez cara de pensativa.
- Parece uma técnica apropriada. - Chase pontuou, embora sem dizer para que era apropriada.
- Jojutsu, é... - Luke fitou Íris, como se a estivesse analisando.
- Não me lembro de um dojô de Jojutsu em Kafundoh, você estuda em outra cidade? - Ryan indagou, fitando Íris.

- Sim, apropriada pra alguém do meu tipo físico...
Íris pensou alto, lembrando das palavras do seu mestre.
- E ah... Tio Walt não tem dojo no momento, mas ele já ensinou algumas técnicas para algumas pessoas daqui. - pendeu a cabeça para o lado, - Nossa família tem dojo em outro local, mas ele se apaixonou por Kafundó e por aqui ficou ao se formar no terceiro ano.

Sydney e Chase trocaram olhares rapidamente, mas não falaram nada.
- Legal, então você também é treinada por alguém da família! - Ryan exclamou animadamente. - E sua família também é lutadora, pelo visto. Todos lutam jojutsu?

- Não... Bem, quero dizer, a família da minha mãe é assim, o estilo principal é Jojutsu, embora tenham aqueles que quiseram mais de um estilo...
Ela pausou com a desculpa de mastigar.
- Mas... Minha mãe não gostava muito desse estilo de vida. Acabou esquecendo a maior parte do que aprendeu até se formar, aqui em Kafundó... Ela fez uma faculdade e casou com meu pai, que não sabe nem o que diabos é um "striker" ou um "grapper".
Íris repuxou um canto da boca, na tentativa de um sorriso.
- Felizmente, minha mãe resolveu me criar aqui, já... - ela hesitou, mas fingiu uma tosse, - Já que viajava muito e pelo menos aqui eu ia ter meu tio para cuidar de mim... Walter cuidou para que eu puxasse a antiga veia da família.

Sydney e Chase continuaram em silêncio, apenas observando a garota, os olhos afiados. Assim que Íris acabou de falar, desviaram o olhar da garota.
- Legal. o.o Ah, bem, no nosso caso a influência é direta e não é exatamente uma opção. - Ryan deu um sorriso torto olhando para Luke, que correspondeu o olhar do irmão com uma risadinha.
- Eu escolheria lutar mesmo assim. - Luke rebateu.

Íris piscou sem entender para Chase e Sydney, mas Ryan a distraiu.
- Ah, mas deve ser legal... Uma família grande e todo mundo lutando, eu queria ter um irmão pra treinar todo dia também...
E deu seu pequeno sorriso, parecendo um pouco distante.

- Bom, é realmente útil no começo, mas... Acho que nós nos acostumamos demais com os movimentos uns dos outros. ^^' - Ryan coçou a bochecha.
Sydney então se levantou, sorridente.
- Quem quer sorvete? - Perguntou animadamente, colocando os talheres e o copo sobre o prato e os deixando em cima do balcão que dava para a cozinha

- Eu quero! - Luke exclamou.

- Mesmo assim... Deve ser melhor do que ficar apanhando sempre do mestre.
Íris continuava um pouco pensativa.
- Eu... Vou aceitar - disse timidamente a Sydney.

Luke encarou Íris com uma cara estranha, mas não disse nada.
-- Er... Não é como se nós ganhássemos dos nossos pais. ^^' - Ryan levantou-se, tirando a mesa.
Minutos mais tarde todos estavam com suas tigelas de sorvete, comendo alegremente.

- Sim, mas... Por isso mesmo que é bom ter irmãos, não é? - ela não entendeu muito bem.
Mas logo estava ali o sorvete para varrer suas confusões. Íris esqueceu do resto enquanto se permitia balançar as pernas enquanto tomava o sorvete.
Aquela família aos poucos a deixava confortável.
Íris quase sentia... Que queria fazer parte daquilo.

[Capítulo 5]

O tempo passou gentilmente.
Toda semana Íris estava ali, naquela casa, grudada na barra da saia de Sydney quando podia como um patinho muito sério.
A frequência semanal foi aumentando... Aos poucos, já era esperado que Íris viesse as terças, quintas e nos finais de semana.

A própria Íris não podia explicar porque continuava visitando, mas ela continuava ali, entre eles.
Depois de vários meses, a presença dela era tão natural quanto qualquer outro membro na família.
Ela já deitava no sofá, abria a geladeira sozinha, ajudava a lavar a louça, treinava junto aos rapazes e as vezes saia junto com a família.
Foi aos poucos... Mas de repente ela estava ali, com um lugar reservado na mesa.
Já era comum ela se bicar um pouco com Luke, ficar sem jeito com Ryan, sendo educada e polida com Layla, conversando muito com Chase e... Como sempre, reverenciando Sydney com olhares, gestos e falas.

Ela nunca se sentira tão em casa.

As estações passaram sem que percebessem... Ryan se formou... E chegou aquele dia.
Íris estava naquela estação, ao lado dos Harper, em frente ao ônibus que levaria seu primeiro amor de Kafundoh.
Por todo esse tempo, ela não conseguira se declarar...
O amor flosrecera sob o sol da convivência e já estava fadado a morrer antes de dar frutos.
No fundo, ela sabia que não tinha chance.
Tinha medo, medo de ouvir a resposta que já sabia que receberia.

Naquele dia, Íris olhava para os próprios pés, os sentimentos dentro dela rugindo.
Era como perder um amor... E um irmão.
Ele iria deixar uma lacuna enorme, um vazio imenso.
Durante todos aqueles meses, ele fora gentil, receptivo, carinhoso... Numa postura de irmão mais velho, praticamente a adotara assim.
Antigamente, isso a entristecia, pois significava que ele nunca iria olhá-la como uma mulher... Mas agora, as lembranças aqueciam seu coração.
Estava agradecida por ter tido um irmão mais velho, mesmo que de modo tão breve.
Ainda assim...
As palavras não saíam.
Íris não conseguia olhar para Ryan, muito menos se despedir ou dizer obrigada.
Estava congelada.
Precisava dizer algo... Qualquer coisa... Qualquer adeus... Não podia ficar ali parada e muda...
Mas seu corpo não se movia.

Apensas assistiu enquanto Ryan adentrava no ônibus e acenava da janela.
Foi a última vez que o viu.
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Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas. Empty Re: Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas.

Mensagem por Psycho Martini Qua Jul 15, 2015 11:32 pm

[Cena 2- Cena de Jayden e Josuke conversando sobre o relacionamento de Jayden com Íris. Cena localizada pouco depois da Guerra com a Red Bull.]


Aquela conversa não ia ser fácil, sabia desde o começo que não seria. Não esperava ter de tocar no assunto tão cedo, na realidade nem tinha formulado uma boa desculpa ainda. Esperava que mais alguns meses se passassem até que finalmente tivessem que conversar seriamente. Queria postergar ao máximo, mas Josuke conseguiu enxergar a verdade antes que o esperado, até.

Jayden suspirou, sentado em sua cama. Encarou o chão silenciosamente enquanto esperava Josuke entrar. Não dava mais pra adiar, não é?


O líder da SoaD logo adentrou o cômodo, deparando-se com o "irmão". Saudou-o com um movimento de cabeça, pulando em seu colchão sem cerimônias. Espreguiçou-se.

(... ele chegou em casa de mim? Aí tem coisa.) <--- você nem mora aqui! u_u00

O moreno observou o amigo em silêncio, esperando que ele dissesse alguma coisa. Já estavam nesse clima estranho há algum tempo, não sabia se Joe ainda estava bravo ou se simplesmente resolvera esquecer o assunto.

Permaneceu calado, desviando o olhar para outro lugar qualquer. Não queria ter aquela conversa, a menos que fosse estritamente necessário.


"Jayden Harper.", um travesseiro voou em sua cabeça. Não o acertou com força, caindo sobre o segundo-anista de forma leve, infantil. "Desembucha."

A voz de Hanaki parecia mais cansada do que qualquer outra coisa.

A cabeça do rapaz inclinou-se ligeiramente para o lado, encarando o travesseiro com uma expressão de surpresa.

- Eu... - Calou-se mais uma vez, sem realmente saber como começar. - Achei que ainda estivesse chateado comigo. - Limitou-se a dizer, ainda sem encarar Joe.


"... eu não sei, cara."
O suspiro do segundo-anista foi acompanhado de um movimento no qual ele se sentou, encarando o outro membro da SoaD.

"Você é meu melhor amigo. Eu... me sinto assim. Você acha que eu *devo* estar chateado com você, nessa situação?"

- Eu não sei se você deve ou não. - Respondeu contrariado. - Só sei que não queria que ficasse... Embora eu entenda se você estiver realmente chateado... - Abraçou o travesseiro, escondendo o rosto.

"... então, não como seu amigo, mas como o líder da System of a Down, me permita perguntar...", fechou os olhos por um momento e, quando os abriu, Jayden sentiu a atmosfera do quarto sufocá-lo.

A voz que fez a pergunta não era a do rapaz brincalhão que dormia em seu quarto à noite.
Era a voz de Magic Joe, o Homem Mais Forte da Suzuken.
Era como se a atmosfera estivesse lhe dando pequenos choques.

"Você acha que isso não é algo sobre o qual você devia ao menos me consultar, caralho?”

Jayden engoliu em seco, apertando ainda mais o travesseiro contra si. Não era da ameaça que tinha medo, nem de levar uma surra de Joe. Não, temia perder sua amizade por conta de uma atitude impensada.

- E o que você ia me dizer se eu te consultasse? Que era uma loucura? Que eu estava sendo estúpido e colocando a gangue inteira em risco? Eu já sei de tudo isso, merda. - Respondeu, ainda sem encarar Joe. - Mas você sabe muito bem o que é de repente descobrir um sentimento que nem mesmo você consegue controlar. - E enfiou a cabeça novamente no travesseiro.


A resposta que o jovem Harper recebeu foi surpreendente, no entanto.
"... você realmente acha que eu te diria isso?", o outro segundo-anista ergueu uma sobrancelha. "Estúpido. E quem disse que eu quero controlar a vida das pessoas assim?”

- Como eu posso saber o que você diria? - Indagou, olhando pela primeira vez para Joe. - Eu só não queria ouvir ninguém me falando o que eu já sabia. - E desviou novamente o olhar, suspirando. - A sua situação e a da Kae é completamente diferente... Eu e a Íris... Nós não somos da mesma gangue. E nem podemos ignorar nossas gangues por um capricho nosso. Como é que eu poderia conversar sobre isso com alguém? - Indagou levando as mãos à cabeça.

"u.u Não podem ignorar por capricho? Jay, não é exatamente isso que vocês estão fazendo?" *cutucando, cutucando*

- Não, não é. - Resmungou de volta, várias veias saltando em sua testa. - Acha que não está sendo difícil o suficiente pra nós dois? Nós somos inimigos. E nós não podemos simplesmente fugir da luta. Se esse ano terminar como o anterior, eu ainda vou ter que lutar com a Íris, independente de estarmos juntos ou não. - E então encarou Joe novamente, franzindo o cenho. - Se te dissessem hoje que você tem de dar uma surra na Kaelyn e que você não pode pegar leve com ela, o que você faria? - Desviou o olhar, baixando a cabeça. - Não estou tentando me passar por coitado ou o que valha... Mas eu e Íris não temos a opção de fugir como se fôssemos Romeu e Julieta. - Suspirou, frustrado.

"Então, nesse caso, a situação da Ice Queen é pior que a sua... já que ela quem vai dar uma surra em você.", Joe exibiu um sorriso amarelo, sarcástico, enquanto sentava na cama. Suspirou.

"Mas ok. Eu te entendi. O argumento não é ruim. Não que eu seja um juiz muito severo.", fez um muxoxo. "Não consigo ficar com raiva de você, cretino."

Jayden se jogou em sua cama, virando-se de costas para Joe.

- Ela não precisa fazer tanto esforço assim pra me dar uma surra. - Resmungou, contrariado. - Me desculpe, Joe. Foi muito egoísta da minha parte agir sem consultá-lo.


"... tudo bem.", o pseudo-filho-adotivo de Sydney Harper sorriu por fim, sua expressão se tornando mais branda. "Eu te daria um cascudo, mas o beijo lá tá de bom tamanho. Agradeça à Maddie."

- Tch... Graças a você, a escola inteira tem essa foto no celular agora... E fazer isso na frente da minha namorada... Você tem mesmo muita coragem! - Exclamou jogando um travesseiro em Joe.

Com a cara ainda escondida pelo travesseiro, que daquela forma parecia uma espécie de chapéu, Josuke riu.
"Então me deixe dar uma boa notícia para compensar, meu caro."

O travesseiro caiu.
"Você e Íris não terão que lutar esse ano. Fuck, o Conselho e a SoaD não terão que lutar esse ano."

Jayden arqueou uma sobrancelha.

- Como assim? Não vamos ter que lutar? Por quê? - Indagou incrédulo.


As palavras seguintes de Joe foram poucas, mas Jayden automaticamente as entendeu, pois muita coisa pareceu se encaixar num passe de mágica. Rose dizendo que um homem viria buscá-la. O pressentimento de Naoki. O ataque aos membros do Nirvana.

Josuke havia se encontrado com alguém no caminho até ali. Aquelas palavras eram consequência disso. Uma frase antiga, uma espécie de código de honra entre os jovens de Kafundoh que raramente era usado ou até mesmo mencionado... mas que automaticamente era respeitado, quando necessário.

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Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas. Empty Re: Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas.

Mensagem por Psycho Martini Qui Jul 16, 2015 9:35 pm

[Cena 3 - Esta cena eu não tinha certeza se estava no Fórum e era pra lá de antiga. Mas não está, por alguma razão. Se passa pouco após a reunião con Conselho, nas primeiras cenas do mesmo, no terraço da escola. Lembram? =3]

[Íris, Maddie e o Plano de Don Juan]


Frescoland, o bairro mais nobre e rico de Kafundoh. 90% dos estudantes que aqui vivem estudam na escola Saint Phoenix. Íris Dufiel é uma das excessões, Apesar de viver numa enorme mansão, o quarto da garota lembra mais o de alguém de classe média: nada muito ostensivo ou exagerado...exceto o GIGANTESCA estante de shoujos posicionada numa das paredes do quarto. E era nesse local que Íris atualmente recebia sua amiga Maddison como visita.

Maddison fez uma breve reverência ao entrar, sentando-se no chão e agarrando uma almofada próxima. Fazia isso há tanto tempo já que a reverência era mais um ato-reflexo que uma cerimônia em si.

Íris entrou no quarto já dando um grande suspiro e tirando a gravata do uniforme, como se ela a sufocasse.
- Arrrghh... Já começamos o ano com problemas, Maddison... Definitivamente preocupante.
Ela sentou-se ao lado de Maddison e massageou as têmporas levemente.


A garota de cabelos ruivos meneou a cabeça, suspirando.
- Eu disse que seria um ano duro. - Comentou afrouxando a gravata também. - Tem idéia do que fazer com Helen esse ano?

- Dar uma sova nela. - Íris respondeu imediatamente, com a voz fria como o gelo.
Depois a sua expressão ficou mais suave.
- Senti falta da sua voz, Maddie... - ela pendeu a cabeça levemente para o lado, - Ainda não está confiante em falar... Mas está mais suave agora...
E ficou em SD.
- E há muito está mais suave que a minha u.u0 <- Mulher pequena, mas de voz grave.


Maddison riu, meneando a cabeça.
- Se fosse simples assim, eu mesma já teria marcado as datas. Infelizmente nós temos que esperar elas darem o bote pra só então contra-atacarmos. É tão injusto... - E então fitou Íris, arqueando as sobrancelhas. - Ia ser estranho eu não falar e de repente eu começar a conversar com os outros. - Desviou o olhar, ligeiramente ruborizada. - Além do mais, você é uma garota de verdade.

Íris fechou a cara.
- Falta pouco, falta muito pouco para que eu marque as datas e faça dela um EXEMPLO, entende. Ainda acho que antes de pensarmos sobre qualquer coisa sobre a sex pistols ou a SoaD, temos que pensar nos problemas internos no conselho... E ELA seria um ótimo exemplo se apanhasse de uma surra bem dada.
Ao ouvir a última frase de Maddison, a baixinha piscou.
- Posso dizer que você foi curada do tumor que tinha nas suas cordas vocais depois da operação ou sei lá... - deu de ombros, - Não vai ser sua voz que vai entregar algo, com certeza.
Ela alisou os cabelos da amiga.
- Você é uma garota de coração e alma... Já não consigo mais te ver de outro jeito.
E foi tirando as meias, sem se preocupar com a posição, como se ilustrasse o que ela dissera.


Maddison sorriu, ainda meio encabulada. Então mirou a almofada, pensativa.
- Não podemos marcar a data da luta com a Helen assim descaradamente... - Comentou, esboçando um sorriso. - Mas podemos tentar forçá-la a fazer isso por nós... Discretamente, é claro.

Íris dobrou as meias e olhou para a ruiva, bastante pensativa.
- Sim... Tem razão... Seria mais prudente assim...
Ela pausou, tirando uma mecha de cabelo do rosto.
- Mas... Como exatamente? Como dar coragem a aquela cérebro de passarinho? Ela só não fez isso ainda pois me teme.


- Hmmm... O que será que é maior? O medo ou o orgulho? - Indagou mexendo os pés, ainda sorrindo.

- Me pergunto, Maddie-chan... - Íris coçou o queixo, - Ela se mostrou bem orgulhosa, mas extremamente covarde também...
Porém, um pequeno sorriso despontava na face de Íris.


Maddison riu, abrindo sua mochila e retirando uma sacola.
- O ego dela é enorme, Íris-sama. - Cantarolou, retirando os sapatos e em seguida as meias. - Se nós o inflarmos um pouquinho, acho que o orgulho vence o medo. - Retirou meias novas da sacola e as calçou, jogando as meias usadas dentro da sacola. - Afinal, ela só tem medo porque nunca ninguém disse a ela que ela podia lutar com você de igual para igual...
- Digo, nunca ninguém mais forte que ela... - Acrescentou rapidamente, lembrando-se das irmãs Wasabi.

- Ou alguém... Que ela pense que me conheça bem...
Íris arregalou um pouco os olhos e se aproximou de Maddison engatinhando.
- Maddie... Se você... Se você... o.o
Ela estava fazendo de novo, sim, ela estava a chibi que ela era. Ela ia pedir alguma coisa.


Maddison arqueou mais uma vez as sobrancelhas, antecipando o pedido de Íris.
- Não acha que ela acreditaria mais se fosse outra pessoa do Conselho? Ou talvez alguém tão forte quanto Íris-sama, tipo o SHimabuko-san...

- Eu estava pensando em algo mais sutil, Maddie...
Íris puxou um pouco a manga da amiga.
- E se a gente forjasse... Uma conversa para elas "acidentalmente" ouvirem? Mesmo sendo você com os seus bilhetes, a gente fazia algo assim...
Íris fingiu segurar um papel entre os dedos, olhando para ele e começou a atuar.
- M-mas... Como assim Maddie? Não podemos investir contra a SoaD AGORA... Lembra que ainda estou machucada da última luta? Foi um osso deslocado!



- Isso é sutil? u.u; - Indagou coçando a bochecha. - Ahn... Acho que elas achariam isso forçado demais... Mas... A gente pode encenar alguma coisa pra próxima reunião do Conselho... - Fitou Íris, piscando. - Seria bem mais natural... Afinal não seria uma coisa que apenas elas ouviriam acidentalmente...

Íris olhou para os pés.
- Se a gente mencionar algo assim numa reunião é que vai ficar suspeito... Um líder machucado... Todo mundo tenta manter em segredo ao máximo, seria mais que natural quase ninguém saber.
Ela coçou a bochecha.
- Ou você pode... Mentir pro Shimabuko... - o tom de voz dele ficou mais cuidadoso, como se ela mesma não gostasse muito da idéia, - E a gente fazer a cena que uma delas pegassem fosse uma do tipo "Pare de me superproteger só porque estou machucada, eu sei cuidar de mim mesma!"... E da parte dele seria sincero.


A ruiva encarou os pés, mexendo-os rapidamente, um tanto desconfortável.
- Mentir pro Shimabuko-san... Eu não tenho certeza se ele continuaria no Conselho depois disso... - Suspirou... - Ok, vamos voltar ao plano original... Mas de uma forma mais discreta. Se essa mentira vazar pras outras gangues, vamos criar um problema gigantesco...

Íris fez um pequeno bico.
- Helen quer tomar a liderança do conselho e não que ele se acabe, ela não vai espalhar... Acho.
Olhou para o chão novamente.
- Ou a gente pode incluir o Shimabuko na mentira... E fazer ele “deixar escapar”.
Mas Íris não parecia certas, as idéias não estavam saindo muito bem.


- Ainda acho que Shimabuko-san não vai aprovar a idéia... - Continuou mexendo os pés, fazendo bico. - Podemos perguntar a ele, de qualquer forma, ele não virá hoje? - Ergueu o olhar, fitando a amiga.

- Nah... Ele vem raramente, além do mais tem o trabalho na farmácia...
Íris fez uma pausa, sentando-se ereta.
- Na verdade... Ele não vem desde que perdeu do Joe... - ela baixou o olhar, - Mesmo que eu diga que está tudo bem, eu... Acho que ele ainda se culpa.


- Mas você não tinha dito que queria vê-lo hoje à tarde? o.o - Indagou pendendo a cabeça para o lado. - E não acho que seja exatamente culpa, Íris-sama. Talvez... Vergonha. u.u~ Muito provavelmente ele não tem vindo porque está treinando como um louco...

- Sim, eu disse, mas ele me ligou avisando que não poderia... – Íris continuava olhando pro chão, - Ele tem me evitado fora da escola... Acho.
Ela ergueu o olhar para fitar a ruiva.
- E com certeza ele deve estar treinando, mas... Mesmo assim... Ano passado ele vinha...


- Bom, eu sei que, do nosso ponto de vista, foi uma luta sensacional, Shimabuko-san fez tudo o que podia para vencer... - Fez uma pausa, pegando uma mecha dos cabelos e encarando-a. - Mas estamos falando do Josuke, ele não é um estudante comum... Aliás, mesmo entre os incomuns ele é incomum... - Suspira, apoiando a cabeça em uma das mãos. - Shimabuko-san é forte, mas Josuke amadureceu rápido demais... Se continuar nesse ritmo, sabe-se lá Deus o que vai acontecer... - Fez uma pausa, encarando a almofada novamente. - Eu temo não estar à altura do Conselho... Não só para o ano que vem, mas para esse ano...

- Sim, eu já falei isso ao Shimabuko-kun... Mas... Ele é do tipo que fica se culpando por qualquer coisa...
As mãos de Íris viraram punhos.
- Sim, Josuke cresceu demais... Mas.. Não fale besteiras, Maddison. Se eu a escolhi para ser minha sucessora foi porque SEI que você está a altura do conselho. - seu tom era duro, não admitiria ser contrariada.


- Eu não quero decepcioná-la, Íris-sama... - Começou a se desculpar, mas parou repentinamente, ainda encarando a almofada. - O Conselho ficou tanto tempo como "líder" da Suzuken... Não sei se o orgulho dos membros aguentaria uma derrota...

Íris meneou a cabeça.
- Lembre-se que tivemos que reclamar essa liderança à força das mãos de Inoki no fim de 2004. - suspirou - Embora seja fato que, desde que nossa escola existe, é costume o Conselho estar no poder. Mas...deixe de pessimismo. Falar em derrota dá azar. u.u


- Tá bem, tá bem. u.u - Endireitou-se, olhando para a amiga. - Mudando de assunto, mas nem tanto... E com relação ao resto, o que faremos? Aliás, a Suzuken é nossa prioridade, mas não nosso único problema...

- As outras escolas...? - Íris piscou, - Faz tanto tempo que algo assim não acontece... Eu sei que você deve estar preocupada porque eu lutei com o Nikolai ano passado, mas foi mais por eu ser amiga da Becky, Michaela e Ginevra do que por eu fazer parte do conselho ou Suzuken...
Ela cruzou os braços.
- Não acho que seja algo contra o conselho, entende, só comigo, como pessoa... Qualquer outra ocasião que colocaria uma escola contra a Suzuken... Bem, isso seria assunto das outras gangues também. Mas pensar nisso é já pensar em probabilidades pequenas demais.


- Sim, mas se ele resolver ter uma revanche antes de lutarmos contra a Pistols ou a SoaD será um problema IMENSO. u.u - Ponderou cruzando os braços. - E falando em problemas, estou começando a sentir fome. u.u~

Íris coçou a bochecha.
- Bem, vou falar com a Becky e me certificar se ele está se concentrando o suficiente na Saint Phoenix... Lembre-se que ele também tem a Becky a se preocupar e que ele também não pode se dar ao luxo de ficar ferido no começo do ano... Ou a primeira coisa que eu faria antes de ir pro hospital seria uma ligação pra Rebecca e a gangue dele ia pras cucuias.
Ela deu um pequeno sorriso.
- Na Saint Phoenix a coisa fica mais dramática, não é como a Suzuken que se uma facção é derrotada, ainda temos que nos preocupar com uma outra... Lá eles só tem UMA gangue rival e UM foco.... Mas ah!
A baixinha deu um tapa na própria testa.
- Desculpe Maddie, já vai...
Íris pegou seu celular e fez uma rápida ligação.
- Bóris? O Jantar já está pronto...? Ah, obrigada... Pode levar até a antesala do meu quarto? Sim, isso, pra Maddie shushi e sashimi... Sim... Isso... Obrigada. - olhou para a amiga, guardando o celular, - Pronto... Ah, me lembre de mostra o novo volume de Nana antes da gente ir treinar...
Corou um pouco, tentando disfarçar a empolgação.


Maddison começou a rir, levando uma das mãos à boca para abafar o riso.
- Ligações perigosas. - Comentou, observando a amiga pedir o jantar. - Ah... o.o= Já saiu o volume novo? - Indagou, também tentando disfarçar a empolgação.

Foi então que o celular da Segunda em Comando do Conselho vibrou. Uma mensagem de Don Juan Marley. {DJ: Oy, Maddie. Quer ouvir sobre o meu plano? =D }

- Hm? - Pegou o celular, arqueando as sobrancelhas e fitando a líder rapidamente. Sorriu e, mais que depressa mandou uma resposta. {Maddie: É melhor que seja bom.} Enviou o texto e quase em seguida discou para o número de DJ, dando apenas tempo para que ele lesse a mensagem.

- Sim, saiu, faz pouco...
Então Íris notou a mudança de expressão de Maddison ao ler a mensagem.
- O que foi? - ela pendeu a cabeça para um lado, meio incerta se devia perguntar... Decidiu que seria escolha de Maddison responder ou não.


{DJ: Este que vos fala será o Homem-Bomba do Conselho. Eu e o Le estamos pensando em aleijar a Pistols. Vamos desafiar membros importantes fazendo parecer ser uma questão pessoal, para que o Conselho não seja envolvido. ^_~ Nada a perder, eh?}

Maddison ficou anormalmente séria. Tirou o telefone de perto do ouvido e o encarou. Se pudesse atravessá-lo nesse exato instante, com certeza o faria. Tapou o "bocal" e entregou o celular à Íris.
- Diga a ele que se ele fizer isso eu o aleijo pessoalmente. - Murmurou para a amiga.

Íris não sabia porque diabos e nem com quem diabos Maddie estava pedindo pra ela falar. Mas...
- Ela... Vai aleijar você pessoalmente se fizer isso. - disse piscando, meio confusa.
Falou assim mesmo.


As próximas palavras demoraram alguns momentos a serem transmitidas: {DJ: Ç__Ç Que incompreensiva, Maddie-chan. Estou com a melhor das intenções, pow!}

Maddison aproximou o ouvido do celular para ouvir a resposta de DJ. Afastou-se rapidamente ao ouví-lo, cruzando os braços e olhando seriamente para a amiga.
- Claro, vamos perder dois membros assim, de graça... - Murmurou, emburrada. - Diga a ele pra te contar o plano genial dele. - Disse para Íris.

Íris revirou os olhos.
- Conte logo seu plano genial e é melhor que seja bom, ou EU te aleijo se você fizer merda. – falou ao telefone, meio impaciente.


{DJ: Ei, ei, ei! Dá pra se acalmarem? Vocês acham que eu sou algum primeiro-anista verde que não sabe como a Suzuken funciona? Eu pensei bem nisso. E o plano funciona. Vocês lembram do que a Pistols fez ano passado? O próprio "Matadouro" deles, indo atrás dos novatos. Eu como uma bota se eles não repetirem aquele troço esse ano. Dava pra ver nos *olhos* da Rose que ela estava a fim de dissecá-los enquanto assistia as lutas. }

Íris segurava o telefone alto, de um jeito que ambas escutassem. Já se sentia interessada demais na conversa pra não mais se intrometer.
- E o grande plano é a gente bancar o “justiceiro de novatos”? u_u Realmente, genial – era sarcasmo.


- Realmente, o que ganhamos bancando os mocinhos? - Murmurou, erguendo uma sobrancelha e fitando Íris. - Não entendi onde ele quer chegar com isso...

{ DJ: Íris-sama, você está ignorando um fato importantíssimo! Informação!}, a voz foi ficando cada vez mais efusiva. Don Juan sabia do que estava falando. { Inoki levantou a bandeira branca em Setembro depois de um 3 vs 3...e nós praticamente não sabemos nada sobre a Pistols desse ano! Boatos, rumores...isso não serve! Qual o nível dos terceiro-anistas? Qual o nível dos irmãos Ryuuji? Querem mesmo usar o pouco material que temos do início do segundo semestre do ano passado como referência para as lutas que podem acontecer mais tarde? Precisamos checar alguns deles, pelo menos! E essa é sim a oportunidade perfeita para fazermos isso. Putz, provavelmente vão atacar meu irmão! Querem desculpa melhor que essa pra eu dar uma de "protetor vingativo" e lutar sem envolver o Conselho nisso? Vai funcionar!}

- ... Faz sentido... Mas qual a desculpa do Le pra participar disso tudo? E sendo assim não deveríamos mandar mais alguém nessa encrenca? - Murmurou depois de ouvir a idéia de Marley, ainda achando aquilo perigoso.


Íris repetiu as perguntas de Maddison em voz alta, depois acrescentou:
- E vai dar merda, você sabe muito bem que, certas questões de gangue, sejam pessoais ou não, por mais “nobres” que sejam os motivos... Dão em merda. Já vi casos em que a motivação pessoal era verdadeira, uma vingança de amigo ou irmão após uma barbaridade até... E deu em guerra.


{ DJ: Aí é que entra o encanto do plano. u.u Aqueles que já convidamos! Ano passado, nós não sabíamos o que a Pistols ia fazer, por isso não pudemos evitar. Mas esse ano é diferente. Temos o ano passado como referência, *sabemos* que eles vão atacar. Diplomaticamente falando, PODEMOS proteger potenciais membros como se eles já fossem partes do Conselho. E daí se não existe uma lei sobre isso? Na Suzuken, a maioria cria a lei. Só precisamos do apoio do Josuke. Que ele concorde conosco nessa questão. Aí dá pra convocar uma reunião sobre o assunto. E se duas de três gangues defenderem o mesmo ponto de vista, a questão se encerra. Usaremos a política. No primeiro semestre, essa é nossa melhor arma. E tenho certeza que a SoaD, que sofreu com tal "brincadeira" ano passado, vai ficar do nosso lado."}

Maddison continuou ouvindo calmamente, ponderando sobre as palavras de DJ. Por fim fitou Íris, meneando a cabeça.
- Eles não vão. Pelo menos não acho que vão. Eles sofreram ano passado, é verdade, mas em certos aspectos a SoaD é muito parecida com a Pistols e esse parece bastante a cara deles. Precisamos de um ponto muito bom pra convencer Josuke...

Íris fez uma careta quando a SoaD foi mencionada. Um canto de sua boca caiu e sua expressão indicava tremendo desagrado e desgosto.
- Josuke...? u_u
Ela revirou os olhos mais uma vez.
- Seu lindo plano se baseia na aprovação ou o que seja... Do Josuke?
E começou a encarar o telefone celular como se ponderasse em estrangular o aparelho ou, pelo menos, quebrá-lo.
- Ele e aquela corja da SoaD não sabem fazer politica, sequer têm miolos.


- Íris-sama, acalme-se. ^^' - Pediu a garota, mostrando as palmas das mãos para Íris. - E não quebre meu celular, por favor. Estrangule o Marley, se for o caso. u.u;

Um suspiro pôde ser ouvido do outro lado do aparelho. Podia-se imaginar o moreno pensando por alguns momentos. { Escutem. O Conselho de agora é um livro aberto pra qualquer um. >>, disse quase como num desabafo. << Seja eu, Shimabuko-san, Íris-sama...há PENCAS de vídeos dos nossos duelos por aí. Mas a Pistols desse ano é cheia de coringas que ficaram sob a sombra de Inoki ano passado. Cedo ou tarde, vamos TER que encarar essas sombras...mas é melhor estarmos tão preparados quanto pudermos. Essa é uma chance única. E eu estou disposto a sangrar por ela. Não estou agindo como um rato esperto, mandando os outros fazerem o trabalho. Vou fazer o "test drive" eu mesmo. Se Íris-sama me proibir de fazê-lo, eu não o farei. Mas por favor, pense seriamente no que está em jogo aqui antes descartar tal estratégia. E lembre-se que, se deixarmos, a Pistols vai ser a única que vai começar o ano CHEIA de dados sobre os novatos que vão entrar em cada gangue. Não pensem que Vladis Tepis é um homem tolo o suficiente para não conseguir os detalhes de CADA luta em que os membros da Pistols se metem nessa pequena gincana. "Loucos" ou não, eles já estão trabalhando. Não quero ser a cigarra enfrentando as formigas. }

- Ele está certo, Íris-sama. Mas ainda assim precisamos de um argumento melhor para convencer Josuke, porque essa de "vocês foram vítimas ano passado" não vai colar... - Meneou a cabeça. - Pelo menos acho que não...


Íris respirou um pouco, coçando a cabeça. Era bem verdade que era BEM parcial quando se tratava da SoaD (Josuke=Jayden=Idota=Todo o resto da gangue).
Olhou para a segunda-em-comando.
- Maddie-chaaan... – murmurou, tapando o celular com ambas as mãos, mas depois suspirou e repetiu a pergunta de Maddison para DJ.


O porta-voz do Conselho pareceu ponderar por alguns momentos. {..vocês acham que vale a pena apostar no fato de que ele provavelmente deseja a segurança de potenciais membros tanto quanto nós? Ele pareceu gostar de assistir as lutas desse ano. Não duvido que já tenha escolhido dois ou três favoritos entre os novatos. Se tivesse uma chance de evitar que alguns deles apanham da Pistols, não acham que colaboraria conosco? }

A ruiva murmurou um "talvez, é bem possível" ao mesmo tempo que movia os ombros.
- Bem, então faremos isso mesmo? - Indagou fitando a líder.

- Eu não sei... – Íris parecia hesitar, - Você sabe bem que para mim, SoaD é tão ou menos confiável para se depender como a Sex Pistols...
Suspirou novamente. Mas ela era suspeita para falar, era bem verdade...
- Sua opnião...? – ergueu os olhos rubros.


- Marley tem razão. - Disse simplesmente. Concordava com Íris, mas eles estavam realmente em desvantagem, realmente não era prudente deixar para resolver esses assuntos apenas no final do ano.

Respirando fundo, como que derrotada, Íris destampou o celular.
- Tá bom, Marley, ponha seu plano em prática... Mas vê se faz isso direito, entendeu?


{ Entendido. Tenham um bom dia. >>, DJ disse apenas, antes de desligar.}

Maddie fez Vs com as duas, tentando encorajar Íris.
- Não se preocupe, Íris-sama. Marley pode parecer bobo, e ele realmente é às vezes, mas com os assuntos do Conselho ele é bem sério, sabe disso. Enfim, mudemos de assunto…

- Espero mesmo que esteja certa, Maddie-chan...
Íris respirou fundo algumas vezes, como para se acalmar, depois pareceu espantar os pensamentos como se fossem moscas, até que pareceu lembrar de algo.
- Ah, sim... C-como eu estava falando... – ela foi até sua bolsa e tirou algo de lá, voltando com uma cara meio tímida, - Saiu o novo volume de Nana, está aqui...
E estendeu o mangá, desviando os olhos rubros.
- Pode levar pra casa... Se quiser...


- Você já leu? - Indagou pegando o volume cuidadosamente, como se fosse uma preciosidade. - Posso mesmo levar, não se importa?

Íris assentiu com a cabeça.
- Terminei de ler ontem... E sim, pode levar sem problemas... Sei que Maddie cuida bem dos meus mangás... – ela deu um de seus pequenos sorrisos- E eu queria mesmo comentar a última cena, ficaria feliz em ter com quem...


- Obrigada, Íris-sama. *o* - Disse alegremente, guardando o mangá em sua mochila. - Bem, então acho que vou embora. Está começando a ficar tarde.

E assim terminou aquela visita.
Para o Conselho e para a Sex Pistols...o ano também só estava começando. *trovões*

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Mensagem por Lady J Sex Jul 17, 2015 8:00 pm

Engraçado, essa cena era importante, por que ela nunca foi postada? >_> *coça cabeça*

Enfim, vou fuçar aqui e ver se encontro algo que ainda não foi usado. u.u v

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Mensagem por Psycho Martini Dom Jul 26, 2015 3:20 pm

[Essa cena se passa no verão, antes do fatídico dia do Funeral, pouco mais de uma semana após o fim da guerra com a Red Bull.]

Estava quente, muito quente lá fora, mas o clima não influenciava aquele quarto.
O potente ar-condicionado do quarto de Íris Dufiel estava preparado para vencer e anular o verão de Kafudoh.
A dona do quarto estava confortavelmente deitada em sua cama, enrolada em suas cobertas, enquanto lia o novo volume de Fruits Basket – uma simples cirurgia não iria separá-la dos seus shoujos, obviamente, pedira para Bóris comprar para ela.
Não que ela já não pudesse andar – tinha recebido alta do hospital há dois dias – mas a recomendação médica foi de repouso, pelo menos na primeira semana, e enfrentar o verão de Kafundoh definitivamente era um grande esforço.


Para evitar a fadiga da líder do Conselho, a segunda-em-comando havia se encarregado de levar diariamente todo o material das aulas perdidas e outros eventuais recados dos professores e dos companheiros da gangue.
Como os encontros já tinham se tornado rotina, Maddison nem se incomodou em bater à porta antes de entrar no quarto de Íris; era praticamente como se estivesse entrando em seu próprio quarto, afinal.
A ruiva colocou os livros sobre a escrivaninha e aproximou-se da amiga, largando-se na poltrona próxima à cama.
- Eu já disse que seu quarto se tornou meu lugar favorito de toda Kafundoh nos últimos dias? - Comentou aliviada por finalmente poder descansar e livrar-se do calor intenso que assolava a cidade.

Íris se endireitou e colocou o mangá na cabeceira da cama assim que ouviu a amiga chegar. Já estava mesmo na hora.
- Boa tarde, Maddie! – a baixinha cumprimentou, satisfeita em ver a amiga.
O tédio em casa era tão grande que a vinda da segunda-em-comando era quase um evento.
– É, posso dizer que a única coisa que não sinto falta por não sair de casa é do calor. – assentiu, suspirando. – Mas o resto faz muita falta mesmo, então não é como se valesse a pena... Alguma novidade hoje?


- Faz mesmo? Vamos trocar de lugar então. - Respondeu com um meio-sorriso, fechando os olhos enquanto aproveitava o frescor que o ar-condicionado trazia.
Parou por um momento para pensar na pergunta que sua líder havia feito. Bem, sempre havia algum boato novo em Kafundoh, ainda mais no verão quando as pessoas perdiam a noção de juízo, mas não tinha nada realmente interessante para contar. Encolheu os ombros e meneou a cabeça em negativa.
- Nada que valha a pena. Pelo menos que eu me lembre... - Endireitou-se e fitou a amiga, analisando-a. - E você, como está sua recuperação? Já consegue se mover sem incômodo?

- Sim, consigo. – Íris se sentou mais ereta na cama, como se para demonstrar. – Só não posso fazer extravagâncias até retirarem os pontos, mas já posso me cuidar sozinha, por assim dizer.
Ela remexeu numa mecha dos seus longos cabelos lisos sobre os lençóis, antes de perguntar como quem não quer nada;
- E as outras gangues...? Nenhum, ahn, problema com elas?


Maddie voltou a fechar os olhos e se largar na poltrona antes de responder Íris.
- Nah, ninguém ataca no verão, você sabe bem. - Respondeu abanando a mão, como se o assunto fosse fora de questão. - Bem, é claro que tivemos aquele incidente estúpido, não quis diminuir sua luta, perdão. Mas você sabe que lutas dessa proporção não são comuns nessa época. Vez ou outra as pessoas se estranham, mas em geral o foco de todos é outro. Além do mais a luta de vocês ainda é comentário do pessoal, então acho que todos estão esperando a sua volta...

- Ah, é verdade...
A mais velha teve que esconder seu desapontamento. Não era bem isso que queria saber, mas Maddie não tinha como adivinhar pelo jeito que perguntara.
Se bem que... não precisava esconder de Maddie, não é? No Hospital, ficou claro que Josuke já sabia... E não havia pessoa nesse mundo que ela confiava mais que sua melhor amiga, havia? Além do mais, se sentia muito mal escondendo algo tão importante dela. E se fosse o contrário, como se sentiria?
Estava mais que na hora de parar com aquilo, mas... por onde iria começar? Qual seria a reação dela?
A verdade era que estava adiando esse momento por puro receio. Mas isso estava errado; Maddie lhe confiara segredos ainda mais profundos e que dariam muito mais medo da reação das pessoas. Teria que ser forte.
- Maddie... – começou, mordendo o lábio. – Tenho que te contar uma coisa.


Maddison abriu os olhos e encarou a garota a sua frente como se esperasse que uma bomba fosse explodir a qualquer momento. Íris normalmente era muito direta, mesmo quando queria lhe contar um segredo, então vê-la hesitar era no mínimo preocupante.
- Se eu não soubesse que você é virgem, acharia que está grávida, mas como eu sei que é... - Interrompeu-se enquanto se endireitava mais uma vez, encarando Íris com seriedade. - Descobriram sua coleção proibida?

Íris arregalou os olhos rubros, ficando com as orelhas vermelhas.
- Você sabe que eu não sou bem virgem. – ela resmungou. – No sentido biológico da palavra... mas continuo do mesmo jeito que antes, sim.
Aquele era um assunto complicado, não iria se demorar nele.
- E nem descobriram minha coleção, vira essa boca pra lá!
A garota balançou a cabeça negativamente.
- Mas talvez você não foi TÃO longe assim na sua primeira suposição, pois eu... estou namorando uma pessoa. – concluiu, encarando as próprias mãos.


- Para todos os aspectos que importam, você ainda é virgem, oras. - Respondeu com simplicidade. Sabia como aquele assunto era complicado, mas era nisso que acreditava e sempre deixara isso claro para a amiga. - Mas bem, namorar uma pessoa não é um crime, na realidade é algo bom. - Sorriu animada, mas logo voltou a se lembrar de como Íris estava hesitando em contar a notícia. - A menos que seja um inimigo declarado nosso, então isso é... Complicado. u.u'

- Bingo. – Íris voltou a encarar a amiga, agora com cara de culpada. – E também não é uma pessoa de boa fama com as garotas.
Suspirou fundo, reunindo mais coragem. Aquilo era mais difícil do que pensava.
- Mesmo assim, ele está sendo muito respeitoso e a gente só se beijou... bem, nós já tinhamos feito isso antes de namorar, nada novo... – e olhou bem nos olhos da amiga, para que ela entendesse a conexão.
Um inimigo, uma pessoa de má fama, a única pessoa que Íris beijara, aquela pessoa só poderia ser...


Maddison juntou as peças, relembrou fatos, mas seu cérebro simplesmente se recusava a aceitar a realidade.
- ... Nããão!! Você está me zuando! De todas as pessoas do universo você está namorando o JAYDEN?! Íris, você está sofrendo os efeitos do verão, amiga! É uma cilada! U___U - Disse chacoalhando Íris, na esperança de que ela voltasse ao seu juízo normal.

Íris: *sendo chacoalhada em SD* Não estou zoando, Maddie, meus pontos, meus pontos! @_@
A baixinha pegou ambas as mãos da amiga para que ela parasse, e logo depois as envolveu com seus dedos.
- Maddie, eu sei que ele não é nenhum príncipe, mas... eu me apaixonei por ele. – disse séria, olhando-a profundamente, mostrando toda sua decisão.


Maddie parou de chacoalhar a amiga, ainda mais preocupada com as palavras que ouviu a seguir.
- É EXATAMENTE ESSE O PROBLEMA! U___U""" - Exclamou, ainda não convencida da decisão da amiga. - Íris, é o Jayden! O JAYDEN! O Jayden com quem você vive brigando como gato e rato! O Jayden que vive usando as garotas e depois quando enjoa as larga sem a menor piedade! Como diabos você pode estar apaixonada por esse... Por esse... - Inspirou fundo e se afastou, massageando as têmporas. - Ele ser de outra gangue é o menor dos problemas. - Declarou com um suspiro resignado.

Íris suspirou mais uma vez, coçando a cabeça.
- Eu entendo perfeitamente sua preocupação e o que está dizendo, Maddie, acredite.
Ela apertou as mãos na amiga com mais força.
- A minha história com o Jayden vem desde o ginásio. A gente nunca se deu bem, grande parte por minha culpa – a primeira vez que a gente se viu eu DESTRUÍ o piano de cauda dele. Sem falar que eu praticamente tomei o lugar dele na família enquanto ele estava fora, ou assim ele enxergou. Ele sempre me tratou mal, e eu era super frustrada porque eu queria que ele fosse um irmão para mim e assim o imaginava antes de conhece-lo. Eu não o entendia nenhum pouco e nem ele sabia qual diabos era meu problema... até que a gente lutou em dezembro.
A garota apertou os olhos grandes.
- Você bem sabe que as vezes os punhos falam mais que mil palavras, e eu senti tanta coisa vindo dele... eu nem podia imaginar. – ela baixou a cabeça. – Desde então as coisas... foram mudando. Eu me sentia confusa o tempo todo, agia sem pensar... Maddie, eu fiz coisas muito reprováveis.


Encarou a amiga mais uma vez. Percebeu que ela havia pensado muito sobre o assunto e que havia relutado bastante antes de aceitar seus sentimentos. Sabia que não tinha sido uma decisão fácil; Íris não era o tipo de pessoa egoísta que fazia o queria por simples capricho, ao contrário, na maior parte do tempo ela era responsável até demais. Se mesmo depois de tudo ela havia resolvido que queria mesmo ficar com Jayden, então não havia mais o que ser discutido.
Abraçou a amiga e afagou seus cabelos carinhosamente.
- Se essa foi a conclusão à qual chegou, então não importa o que tenha feito. Eu vou te apoiar e estarei do seu lado seja lá o que acontecer. Mas se o Jayden te magoar, eu vou quebrar a cara dele. u__u

Íris piscou, ligeiramente surpresa, mas logo abraçou a ruiva de volta, completamente aliviada.
- Mesmo se eu te disser que eu armei pra separar ele da Mokona, no melhor estilo novela mexicana? – brincou, dando um sorrisinho.
Sentia o coração mais leve, como se tivesse retirado um peso enorme de dentro dele.
- Obrigada, Maddie. Eu tenho certeza que não vai precisar fazer isso, mas no caso improvável, a gente quebra a cara dele juntas~


A ruiva coçou a bochecha, ligeiramente surpresa com a atitude da Ice Queen.
- Bem, se Mokona gostasse dele de verdade, não teria se deixado enganar. Mesmo com a fama dele. *cof* De qualquer forma, se era por isso que disse ter feito "coisas reprováveis", então posso ficar mais tranquila. E espero que esteja certa mesmo... Vou me lembrar de não deformar o rosto dele no final do ano por você. u.u~

Dessa vez, Íris riu, aquela risada quase muda e sem abrir a boca dela.
- Muito obrigada, Maddie, gosto do rosto dele!
Ela bateu levemente na cama, indicando que a ruiva sentasse a seu lado.
- Vem. Te devo algumas histórias de como as coisas chegaram até aqui... mas pode ficar um pouco longo.


Sentou-se ao lado da amiga, contendo sua animação.
- É bom não esquecer nenhum detalhe~

E a conversa se estendeu noite adentro, embaixo das cobertas, posteriormente regada a suco, chá e doces. Duas amigas conversando sobre romance, estreitando a amizade, sem sequer desconfiar que a alegria logo seria substituída pela angústia trazia por tragédias, dentro de poucos dias...

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Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas. Empty Re: Prêmio Nostalgia - Cenas Não-Publicadas.

Mensagem por Psycho Martini Dom Jul 26, 2015 3:27 pm

[Essa cena se passa mais ou menos uma semana após a cena acima.]

Mesmo no crepúsculo, o ar do verão era quente.
Ali, no topo da Suzuken, sua rainha observava o horizonte com um olhar distante.
Os longos e lisos cabelos lilases de Íris Dufiel eram afagados pela brisa morna, separado em duas tranças altas. A bandeira do com o Dragão do Conselho parecia tremular em sintonia.
O uniforme de verão deixava entrever as bandagens enroladas em seu abdômen, ainda resultantes da cirurgia pela qual passara após a luta com Ernesto Guevara.
Esperava, impassível.


Não teve que esperar muito tempo. As aulas da tarde chegaram ao fim, e estudantes voltavam para suas casas sob a luz do pôr-do-sol, um espetáculo laranja que parecia tornar Kafundoh ligeiramente mais bela.

Tsuma Shimabuko chegou ao terraço minutos depois, cansado após mais um dia ativo no Conselho. O terceiro-anista alongou-se antes de levantar a voz: “Demorei?”

Íris virou-se para o amigo, os braços ainda apoiados no parapeito do telhado.
- Não, nenhum pouco. – falou baixinho, - Eu que estava ansiosa e vim cedo.
Seus grandes olhos rubros voltaram a fitar o céu.
- Vem cá. – disse, batendo de leve o parapeito a seu lado com uma mão, indicando que se aproximasse.


Shimabuko prontamente obedeceu, indo até ela e olhando as bandagens da garota por um momento. “Tudo bem?”

“Bem melhor.”, a garota respondeu, dando leves tapinhas na própria barriga e grata pela preocupação do outro.

Os olhos do terceiro-anista desviaram-se para a paisagem laranja.
“Que vista, não?”, comentou com um pequeno sorriso. “Especialmente por pertencer a nós.”

Íris apenas assentiu silenciosamente.
Olhando-a de perto, as evidências que a adolescente mudara nos últimos quatro meses estavam mais aparentes: seu rosto parecia mais adulto, assim como seu corpo estava indubitavelmente diferente – as novas curvas eram visíveis por baixo do uniforme de verão – e até parecia mais alta. No início do ano, Íris era mais baixa que Shimabuko, embora a diferença fosse pouca, agora possuíam praticamente o mesmo tamanho.
Essas coisas que normalmente aconteciam com as garotas no ginasial.
- Um dos meus sonhos... e o Conselho fez isso possível.
E por isso mesmo, não podia deixar de sentir um pouco de culpa pelo que estava fazendo. O risco que estava correndo – tudo por seu egoísmo.


“「Você」fez isso possível para o 「Conselho」, não o contrário.”, ele colocou as mãos nos bolsos da calça, olhando-a de modo sincero. “Saiba que seremos sempre gratos, Líder.”

Os dois tinham se conhecido mais de dois anos atrás, no Matadouro de Novatos de 2004. Enfrentaram-se ao pé da gigantesca cerejeira Kinomoto na grande final do torneio, com o colégio inteiro assistindo.

(Parecem memórias de outra vida.), ele pensou por um momento, olhando a garota de cima a baixo. Aquela primeiro-anista de jeito tímido, mas altivo, havia se tornado uma bela mulher.

Íris olhou para Shimabuko, agora virando-se inteiramente em sua direção. Sua expressão era carregada, quase sofrida, seus olhos possuíam um misto de carinho, culpa, tristeza e receio...
Ela retribuiu o comentário com um dos seus sorrisos pequenos, mas este não se estendeu a seus olhos.
- Shima-kun, eu... Sinto sua falta. – murmurou, apertando os olhos levemente.
Desde aquele dia, uma amizade floresceu. Mesmo que em algum momento Íris tenha ficado levemente ciente dos sentimentos do loiro, as memórias, os momentos juntos, o respeito e o carinho não mudaram e não foram abalados.
- Desde aquela luta com o Josuke... você nunca mais me visitou. Sinto que você está mais distante... como que se punisse.


Os olhos pequenos do veterano desviaram-se dos dela. “Humpf. Fui tão óbvio assim?”
Com uma expressão levemente azeda, ele continuou: “Desculpe. Sei que é infantilidade, mas ainda sinto vergonha por ter falhado. Se não fosse pela minha incompetência... a SOAD não existiria mais.”

[Você não deveria ficar se culpando por ter acontecido como aconteceu.]

- Você não deveria ficar se culpando por ter acontecido como aconteceu.
Íris quase podia ouvir a voz de Jayden se misturar a sua ao proferir aquilo.
- Foi uma escolha feita em conjunto, pelo Conselho...
A baixinha baixou a cabeça e olhou para os próprios sapatos por alguns instantes.
- Por muito tempo eu também me culpei, e culpei os outros... por vários motivos.
Ergueu a cabeça e voltou a fitar o horizonte.
- Mas não mais. Se as coisas não tivessem acontecido como aconteceram, eu nunca teria compreendido... várias coisas. Eu não teria amadurecido como amadureci. – O encarou. – E eu mesma poderia ter perdido para o Josuke, não é?


“Óbvio que não!”, ele respondeu rapidamente, num daqueles momentos de óbvia parcialidade.

Íris riu brevemente, aquele riso contido, que mais era um sacodir de ombros do que um som.
- Óbvio, é? Sei. – balançou a cabeça negativamente. – Eu estava falando sério!


Shimabuko calou-se, olhando para o lado. Resolveu mudar de assunto. “Maddie me disse que você voltou a visitar o Águia.”

- É verdade.
Íris engoliu em seco. Estava claro que não podia enrolar muito mais que aquilo para chegar ao assunto principal, o motivo por tê-lo chamado ali.
- Eu me perdoei. Assim como você deveria.
Aparentemente, ela não iria deixar aquele assunto escapar tão fácil... aparentemente.
- Shima-kun, eu não quero que você se culpe porque eu me importo com você. Você... sempre esteve aqui para mim, sempre me protegeu e me apoiou. Por todo esse tempo no Conselho, você foi uma companhia inestimável... por isso mesmo, eu confio muito em você.
Ela o encarou novamente. Os olhos rubros e grandes carregados de sentimentos conflitantes.
- Preciso te contar um... segredo. – hesitou.


“Oh. Meu. Deus.”, ele murmurou, horrorizado, arregalando os olhinhos. Então seus temores eram verdadeiros. “Você está grávida?”

- MAS ATÉ TU, BRUTUS??? – Íris se exaltou, várias veias saltando em seu rosto, ficando toda vermelha. – De onde vocês tiram essas conclusões? Não há possibilidade alguma, nenhuma, zero, nada, no way!!!

Shimabuko: *SUSPIRO CLARAMENTE ALIVIADO* Oh, eu estava só brincando..... *tosse*

A Ice Queen foi voltando a cor normal progressivamente, se abanando.
- Sinceramente...! O meu corpo só se atrasou em crescer, só isso, só isso! – resmungava para si mesma.
Por fim, conseguiu se acalmar, dando um grande suspiro. Realmente seria perigoso estender aquela conversa. Decidiu fazer como havia feito com Maddie e contar... por partes.
- Shimabuko. – sua voz e expressão se tornou subitamente séria e direta. – Eu me apaixonei por alguém.


“...!!!”
A expressão foi de surpresa, mas logo se abrandou. (Bem... era uma questão de tempo, não? Assim é o colegial. Se bem que... não teria sido ruim... se eu não precisasse saber disso por mais alguns meses.)
Para Tsuma Shimabuko, não ter que sentir ciúmes até a formatura teria sido bastante conveniente. Ele permaneceu em silêncio, olhando a outra terceiro-anista.

Suspirou.
- Mas eu não deveria ter me apaixonado por essa pessoa, e nem ela por mim... mesmo assim, fomos egoístas e estamos namorando. – continuou, sua voz se tornando mais branda, mas mais carregada de sentimento. – Tudo isso em segredo. Pouquíssimas pessoas sabem disso... Tornar o fato de conhecimento público é... perigoso para as nossas gangues.
A garota agora olhava para a bandeira com o Dragão desenhado, que tremulava timidamente.
- É perigo para o Conselho. – completou, mordendo o lábio inferior ao terminar.


O rapaz piscou, confuso. “De quem você está falando?”

Íris se virou para Shimabuko.
- A pessoa que eu derrotei no inverno do ano passado, Shima-kun. – seus lábios se torceram num sorriso relutante. – Jayden Harper, segundo-em-comando da SoaD.


(... ELE?)
(Não, perai, só um segundo...)
(Só pode ser brincadeira.)

“Íris...”, a expressão de Shimabuko se tornou preocupada. “Você tem certeza que pode confiar nele?”

A diferença de experiência sexual entre os dois era óbvia. Jayden tinha a mesma fama de Kaede, Nikolai ou Unkou: o dinheiro que o quarteto gastava com camisinhas poderia sustentar uma farmácia por si só. “Apaixonado”? “Namorando”? Nem dava para saber qual era a pior possibilidade: uma mentira para conseguir sexo de uma garota romântica, ou uma mentira para desestabilizar uma inimiga de gangue.

- Sim, tenho.
A resposta saiu automaticamente, mas logo ela pausou, pensando melhor.
- Não foi... fácil, Shima-kun. Eu tenho certeza que você sabe que tipo de relação eu tinha com o Jayden antes. Gato e rato. Eu achava que eu o desprezava. – suspirou novamente. – Para ele não foi diferente. A gente se machucou muito antes de admitir.
A líder do Conselho massageou a testa.
- Não vou detalhar, mas eu não acho que um Don Juan (desculpe, DJ!) faria tanta mancada quanto ele... Me beijar a força, ficar com a Mokona na minha frente, me ofender constantemente... Ok, não fui nenhuma santa, mas...


“Ele fez o QUÊ?!?!” <--- AURA ASSASSINA

- Opa, escapou...
Íris espalmou ambas as mãos a frente, engolindo em seco mais uma vez.
- Ele já expurgou esse pecado! Foi bastante idiota da parte dele, realmente, mas...
Ela ficou séria novamente, inclinando a cabeça levemente para o lado.
- Eu não sou uma pessoa normal, Shimabuko. Eu sou uma pessoa quebrada. Eu não sou uma pessoa que... “dá pra se aproveitar” facilmente. – estreitou os olhos. – Ele é uma pessoa que sabe o quanto, e mesmo assim decidiu ficar e esperar.


O rapaz baixo coçou os curtos cabelos loiros, fechando os olhos.
(O que diabos alguém diz numa situação como essas...?)
“Eu...”, ele hesitou, “Se você está feliz, eu irei respeitar sua escolha.”
E então sua expressão tornou-se rígida.
“Mas se Jayden Harper magoar você, ele vai se engasgar com os próprios dentes quebrados.”

- Eu não estou aqui esperando sua benção, mas...
A colegial se aproximou do colega e segurou ambas as mãos dele.
- Muito obrigada, Shima-kun. Por tudo até aqui. – ela deu um de seus sorrisos miúdos.


[Uma Íris primeiro-anista segurava o braço machucado, um dos seus olhos mal abria de tão inchado, mas estava de pé, altiva, enquanto Shimabuko jazia no chão, derrotado.]
[Ambos no telhado, Íris tocava num dos braços enfaixados de Shimabuko, com expressão de respeito e preocupação.]
[Debate acalorado no Conselho, mas ambos discutiam lado-a-lado, partilhando de pontos de vista semelhantes.]
[Segundo-anistas, na casa de Íris, estudando para as primeiras provas, junto a Maddie.]
[Shimabuko se pondo no meio de um dos desafiantes de Íris, tomando a luta para si.]
[Conversando placidamente numa sorveteria, fazendo planos para o futuro do Conselho.]
[Íris já terceiro-anista, visitando a farmácia em que Shimabuko trabalhava.]

“Igualmente. Muito obrigado.”
A expressão normalmente séria do colegial derreteu-se em carinho.

[“É ela. A Dufiel.”, Le Lawma tocou o ombro de Shimabuko, os cabelos arroxeados escondendo parte de suas olheiras. “Parece que é a favorita desse ano.”]
[O loiro assistiu a garota subir ao ringue para sua primeira luta no Matadouro, ficando em silêncio por um momento.]
[Lawma assoviou. “Ela parece bem esnobe. Aposto que não é tudo isso.”]
[Os pequenos olhos de Shimabuko mantiveram-se focados na garota.]
[“Ela parece triste.”]

(VOCÊ FOI O MEU PRIMEIRO AMOR.)

Os lábios do rapaz encontraram a testa da garota, enquanto ele apertou aquelas mãos finas e brancas com força. Virou-se em seguida, deixando o local.

(Então, pelo menos por mais 7 meses, eu ficarei com prazer ao seu lado.)
(E destruirei qualquer um que fique no seu caminho.)

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OFF: Outra cena novinha, feita por Min e Fanf. =3
Psycho Martini
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Vossa Gateza

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