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[Abril] Seis Cenas

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Mensagem por Bad Crow Dom Mar 27, 2011 7:38 pm


Enquanto vemos o que se passa dentro do Quarto Cantante, por quê não dar uma espiada pelo resto da cidade?
No mês de abril, particularmente, vários pequenos incidentes envolvendo figuras famosas de Kafundoh se desenrolaram.
Enquanto o dia primeiro de Maio se aproxima - e com ele, o esperado Dia dos Amantes - nossos lutadores enfrentam a constante sensação de algo aconteceria com a chegada do verão.

A primavera já se despedia tristemente, definhando. E o clima ficava cada vez mais quente.

===
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Tópico onde serão postadas 6 cenas feitas por MSN, envolvendo diversos personagens de Kafundoh.
Prazo do tópico: 16/04.


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Mensagem por Psycho Martini Dom Mar 27, 2011 7:40 pm

A última semana de Abril começava, trazendo com ela um certo bafejo quente do verão que estava por vir.
Esse era um daqueles dias em que tudo o que você quer é algo gelado, uma sombra, uma rede.
E olha que quando a próxima estação chegasse, seria pior.

Íris piscou seus olhos rubros, tentando ajustá-los á claridade intensa da rua.
"Só sorvete mesmo pra me fazer sair hoje.", pensava consigo, enquanto atravessava a rua e sentia o asfalto esquentar os seus tamancos.
A baixinha fez o percurso que fizera inúmeras vezes antes. Sentia que já podia fazê-lo de olhos fechados, após ser girada várias vezes. Agora o fazia rapidamente, querendo fugir do sol, enquanto segurava seu amplo chapéu de palha.
O alívio ao adentrar na sombra do Águia fora imediato, porém efêmero.
Efêmero porque assim que ela tirou o chapéu, seu olhar caiu sobre quem estava no balcão.
Jayden.

Por um instante, a pequena hesitou, parte dela querendo dar meia volta e se retirar dali, a outra parte orgulhosa demais para cogitar isso.
[Você o perdôou, lembra? De que adianta perdoar se você ficar obviamente fugindo dele? Além disso, você não tem motivo para fugir dele.]
A voizinha na sua cabeça estava certa, Íris odiava admitir.
- Boa tarde. - cumprimentou, tentando passar um tom trivial.


Apesar de contrariado, Jayden tinha passado a trabalhar no mercadinho da família desde o incidente no onsen de Kafundoh.
Melhor isso que levar uma surra da mamãe. u.u;, pensara o jovem na época, mas agora já começava a achar que teria sido melhor a surra. Era capaz de ter se recuperado mais rápido.

Sorte que ele não precisava enfrentar o calorão de Kafundoh, uma vez que o Águia era equipado com um climatizador potente e que, obviamente, estava ligado no máximo. Pelo menos um ponto positivo tinha nesse castigo. O chato mesmo era ficar ali horas e horas seguidas sem muita coisa para fazer, afinal, o Águia não era um grande super-mercado, então a clientela não chegava a tornar o lugar agitado.

Estava jogando no seu psp quando uma voz chamou sua atenção. Estremeceu. Passara boa parte do tempo evitando a garota, especialmente depois que descobrira parte do que acontecera na infância dela. O que não descobrira, podia apenas adivinhar, mas nenhuma de suas deduções pareciam boas. De certa forma, sentira-se ainda mais culpado pelo que fizera à Íris no Paraíso do Créu. Não tivera a intenção de causar nenhum dano à garota, mas sentira que tinha piorado seu trauma, mesmo que bem pouco.

O rapaz levantou os olhos o suficiente para avistar a garota.
- Boa tarde. - Respondeu, tentando parecer neutro. Ainda não sabia qual o estado real da garota depois do episódio da pousada.


- Não esperava te ver no balcão. Sydney está doente? - O tom da voz potente da garota era levemente preocupado.
Ainda um pouco hesitante, a terceiro-anista se aproximou. Ao mover o chapéu para o lado, Íris deixou sua vestimenta mais visível. Era um vestido já de verão, branco, de alças finas, abotoado na frente.
O rapaz já vira a baixinha naquele vestido antes, quem sabe por ser um dos favoritos e mais refrescantes dela, mas algo estava diferente.
Era como se tivesse Íris demais dentro daquele vestido. Uma sensação vaga que também tinha a ver com o fato de que ela não conseguiria mais se passar por uma estudante do ginasial.
Algo em sua silhueta...
Os tamancos de salto alto, talvez? Ela realmente parecia menos baixinha e um tanto mais adulta.
Mas só haviam se passado dois meses desde a ida à Pousada, a última vez que eles se olharam direito.


- Não, mamãe está ótima. - Respondeu enquanto abaixava mais seu psp e analisava o corpo de Íris. Ela estava realmente diferente, só não conseguia distinguir em que exatamente. - Tô aqui por sua causa, na realidade. – Comentou, fazendo uma careta e voltando a encarar seu jogo. Se Íris percebesse seus olhares, ia acabar tentando socá-lo mais uma vez.

- Por minha causa? - a garota arregalou levemente os olhos.
Por algum motivo, aquilo soou esquisito, mas a fazia sentir algum tipo de cócegas mentais.
- Er... Que bom que ela está bem. u.u0 - emendou, ainda olhando para Jayden com um ar confuso.


- É, graças ao caos e à destruição que você causou no Paraíso do Créu. Tô aqui de castigo. - Resmungou, sem tirar os olhos de seu joguinho. - E você, veio fazer o quê aqui? - Indagou curioso, mas sem demonstrar. Já fazia muito tempo desde a última visita da Ice Queen.

- Não fui EU quem destruí a pousada, lembra? Nem fui eu que saiu tacando um bambu gigante em todo mundo também, o tal bambu sagrado. Todos foram responsáveis por aquela confusão... Que não teria acontecido, se os homens não fossem uns tarados e nos espiassem no banho.
Íris estreitou os olhos, indignada com a acusação.
- Para a sua informação de balconista, eu vim comprar um picolé de cereja e um pote de sorvete de creme. - e apontou, meio exageradamente, para o freezer próximo ao balcão. Tinha alguma necessidade interna de deixar claro que não estava ali para ir à casa de Sydney, mas ao mercado.


- Fala sério, só as pirralhas se incomodaram. As garotas para as quais estávamos olhando de verdade nem se importaram, pelo contrário, estavam praticamente desfilando. u.u Kamélia e Rose sabiam que estávamos lá desde o princípio e nem ligaram. – Comentou, revirando os olhos, mas sem desviá-los para Íris. - E whatever, compre o que quiser. - Respondeu, irritado. Agora nem sabia se tinha valido a pena tanta preocupação com a garota.

- Fale por você. Tinha um monte de gente naquele muro! E além disso, eu...
Mas nesse momento o barulho de algo se rasgando a interrompeu. Um milisegundo depois, algo muito pequeno passou zunindo por Jayden, não acertando sua orelha esquerda por pouco. O pequeno objeto atingiu a parede atrás do moreno, fazendo um estalido e caindo no chão.
Íris ficou piscando, sem entender de onde aquele objeto não identificado tinha saído. Foram arrastando segundos até ela fazer a conexão com o barulho de algo rasgando, olhar para baixo e ver que um dos botões de seu vestido tinha sumido - e provavelmente estava no chão atrás de Jayden agora.
E justo o que ficava na linha mais larga de seu busto.
- Gh! - num movimento rápido, ela tapou aquele "buraco" com o chapéu, vermelha como um pimentão.
Silêncio.
- Talvez... Um picolé diet. - balbuciou, falhando no seu tom trivial. - E-engordei, é, né.
Aquilo era verdade. Mesmo sem comer nada além do habitual, 3 quilos foram somados naquele pequeno corpo durante 2 meses.
O que era estranho - Íris não se notava com gordurinhas a mais. Pelo menos, achava que não.


- Te garanto que todos olhavam na mesma direção. – Rebateu, instantes antes de quase ser atingido por um OVNI. - Mas que merda...?! - Exclamou irritado, desviando o olhar para ver o que Íris tinha atirado nele desta vez. Procurou no chão, porém a única coisa que vira fora um dos botões do vestido da pequena. - Que diabos...? - Abaixou-se para pegar o botão.

O rapaz encarava o botão estupefato enquanto Íris continuava a falar como se nada tivesse acontecido. O moreno voltou a se levantar e encarou Íris, completamente vermelha, segurando o chapéu na altura dos seios.

- Quem é que engorda nos seios? - Fez uma pergunta retórica, ainda encarando a garota. Teria Íris colocado silicone? - É por isso que você estava diferente, então. O vestido está realmente justo em você. Isso é efeito do calor? Você devia tomar cuidado... - Franziu o cenho enquanto estendia a mão para Íris, entregando o botão de seu vestido.


- Eles possuem gordura, não possuem? E não é só neles... Eu... - gaguejava, ficando cada vez mais corada.
Por que diabos estavam falando de seus seios???
- Tudo meu está muito justo. - ela pegou o botão como se a mão de Jayden fosse capaz de mordê-la. - De repente, achei que tinham mudado de lavanderia, mas eu vi na farmácia... 3 quilos a mais e...
Por que diabos ainda continuava falando de seu corpo para Jayden???
Por fim, decidiu parar de falar de si mesma de uma vez, fechando os olhos e respirando fundo para se acalmar.
- Tomar cuidado com o quê? - perguntou, progressivamente voltando à cor normal e já aparentando certa curiosidade.


Jayden ergueu uma sobrancelha ao ouvir Íris. Quando foi mesmo que ele tinha se tornado seu confidente? O rapaz continuou encarando Íris enquanto ela tentava se explicar. Esta definitivamente ia entrar para a lista de cenas mais surreais já vistas pelo rapaz.
- 3 quilos a mais, é? E você não sabe com o que você tem que tomar cuidado? - Meneou a cabeça. - Acaso está ficando desleixada e escapando dos treinos, Íriszinha? - Deu um sorriso sarcástico, encarando Íris. - Eu tomaria cuidado com a liderança e... - Fez uma pausa abrupta, parecendo pensativo. De repente parecia mais sério, irritado até. Não fosse o balcão entre os dois, já teria agarrado a garota pelos ombros e a chacoalhado, ou pelo menos era essa a impressão que ele passava.
- Íris... - Disse muito sério, encarando a garota. - Por acaso você não está grávida, está? Quem foi o filho da puta? - Inquiriu, alterando seu tom de voz. Parecia estar realmente irritado.


- Não sei do que você está falando, estou treinando como todo dia e...
Então o clima ficou subitamente sério. A baixinha arregalou os olhos, prendendo a respiração com a ansiedade... Mas quando Jayden falou sobre a possibilidade de estar grávida, Íris soltou todo o ar que segurara, fazendo um snort com os lábios, totalmente descrente.
- TÁ MALUCO?! A ÚLTIMA PESSOA QUE TOCOU EM MIM FOI VOCÊ! - era realmente raro ver a terceiro-anista ser tirada do sério daquele jeito. - E acho que você sabe muito bem que beijos NÃO engravidam! Eu nunca seria capaz de...
Mas as palavras dela morreram e ela engasgou, virando a cabeça para o lado.
"A última pessoa que tocou em mim foi você". Parecia até frase de namorada se explicando para um namorado ciumento.
- Eu não sou uma pessoa desse tipo. Acha mesmo que algum cafajeste qualquer conseguiria me levar para a cama? Mas nem à for...
Engasgou de novo.
- Enfim, não, a não ser se você levar em conta a possibilidade de concepção divina.


- Você está mentindo! - Rugiu, furioso. - Qual outro motivo teria para você engordar 3 quilos e ainda aumentar o tamanho dos seios! Sem contar que todo seu corpo está diferente. Até eu percebi isso! - Exclamou, realmente nervoso. - Se você estiver escondendo alguém de mim, eu... - Parou por um instante, inspirando fundo, dando-se conta de como estava alterado. Até sua respiração estava ofegante.

Tentou voltar ao normal, desviando o olhar de Íris, mas ainda estava obviamente irritado. Foi até a geladeira com os sorvetes e os trouxe para a garota, entregando-os para ela.

- Toma. Leva. Cortesia da casa. – Disse, num tom seco.


Primeiro, Íris estava incrédula. Depois, ficou chocada.
Ele realmente estava considerando o fato que ela estava grávida e mais, que estava mentido?!
- Eu. Não. Estou. Mentindo. - disse, sentindo cada fibra do seu corpo tremer.
Estava imóvel, encarando Jayden. Não moveu sequer um dedo para pegar o que o moreno oferecia.
- Por que diabos eu diria tudo isso para você desconfiar e depois mentir que não, se houvesse essa possibilidade, Jayden Harper?
Havia alguma coisa ali, algo grave. A pequena sentia uma necessidade imensa de desmentir aquilo, como se fosse uma questão de vida ou morte.
- Eu nunca poderia ser tocada por outro homem. Ainda mais assim!
Os olhos rubros dela encaravam os de Jayden diretamente, intensos. Só depois de alguns instantes que os ombros delas se moveram, caindo um pouco.
- Onde está o Jayden que dizia que eu era uma virgem frigida idiota que ninguém iria, jamais, querer? Ele acreditaria em mim. - acrescentou.


Jayden devolveu a intensidade do olhar de Íris, seu coração batendo feito louco.
- Ele está bem aqui na sua frente, preocupado com você. Eu não quero que ninguém te toque como aquele cretino fez! O único que pode tocar em você... - Mas o rapaz parou repentinamente, surpreso consigo mesmo. Que é que estava havendo com ele? Era o efeito do verão de Kafundoh, anunciando o que estava por vir?
Suspirou pesadamente e virou-se de costas para Íris, sentindo seu coração doer, e a mente completamente confusa.
- Pegue seu sorvete e vá embora, Íris. – Disse, parecendo angustiado, ainda de costas para a garota.


Toda a cor desapareceu do rosto de Íris.
O chapéu caiu de sua mão, indo ao chão sem fazer barulho.
Choque. Medo. Desespero.
[Ele.... sabe?]
- C...
Só havia um homem que havia tocado em Íris.
Um ser no qual a palavra "cretino" cairia muito bem.
Jayden sabia.
Não havia dúvidas.
Ele sabia.
Seu maior medo, seu maior pesadelo...
- C-como... você... sabe? - a voz de Íris estava tão baixa, tão tremida, que ela fora quase inaudível. Só uma leitura de lábios poderia deixá-la compreensível.
A jovem se abraçou, tremendo cada vez mais.
- Eu n-nunca... Nem para Sydney... Eu...
De repente, ela baixou a cabeça.
- Não me olhe! Não me olhe... com pena..!


Jayden sentiu seu coração apertar. Virou-se para Íris e, ao vê-la naquele estado, sentiu-se ainda mais culpado. Não devia ter tocado na ferida. Não devia.
Abraçou Íris o mais forte que podia, envolvendo-a completamente em seu abraço, como se quisesse reconfortá-la.
- Eu jamais te olharia com pena, Íris. - Disse baixinho, de forma que apenas a garota ouvisse. - Jamais. Eu... Me... Desculpe... Eu ouvi sua conversa com a Maddie sem querer... E eu precisava... Eu precisava... Eu... Fui atrás... Me desculpe. - Sussurrou, abraçando a jovem ainda mais fortemente. Tinha medo que, se a soltasse, a colegial se desfizesse em milhões de pedacinhos.


Inicialmente imóvel, Íris acabou enterrando o rosto lívido no peito de Jayden. Um pequeno soluço teve seu som abafado.
- Eu... Não... queria que você soubesse. Não assim.

Era como se Jayden agora a pudesse ver despida- revelando o seu lado mais impuro, podre.
Sem nem ao menos ela ter se preparado para isso.

Outro soluço foi ouvido, mas não foi seguido.
Os segundos se arrastaram e Íris parecia ter contido seu choro.
[Ele estava se sentindo culpado.], a vozinha disse. [Imagine como deve ser descobrir isso depois do que ele fez. Ele deve estar se sentindo mal. Seja forte.]
- Eu... estou bem. Não se preocupe.
Lentamente, ela voltou a revelar o rosto. Uma certa tentativa de seu sorriso miúdo rondava seus lábios.
- Eu não lembro de nada do que aconteceu naquele dia. As lembranças não me assombram. - ao menos, assim ela achava. - Só é um pouco complicado saber que não se é virgem de uma maneira tão...
A jovem de cabelos lilases tocou o rosto de Jayden.
- Meu maior medo... era que me olhassem com pena. Eu não sou alguém digna de pena, não gostaria de que você me fizesse me sentir assim. Então está tudo bem.
Por fim, ela retraiu a mão.
- Ninguém me tocou, Jay. Nunca mais aconteceu. Eu sou uma pessoa forte agora.

Por mais que seu coração estivesse rachado.
Por mais que sua ferida estivesse sangrando.
Não queria que Jayden sentisse dor por ela.


Jayden olhou Íris nos olhos, forçando-se a esboçar um sorriso. Por mais que a garota dissesse não ter tido nenhum trauma, o moreno vira episódios o suficiente para provar o contrário.
Continuaram ali abraçados por mais algum tempo. O rapaz sentia-se estranho, não queria desfazer aquele abraço. Era como se algo estivesse escapando por entre seus dedos, embora não soubesse bem o quê.


Íris também não queria quebrar o abraço. Sentia-se bem ali, segura. Tinha medo de que, quando o calor do corpo de Jayden tivesse ido embora, a dor que sentia se multiplicasse, que seu mundo se partisse ou qualquer incoerência do gênero.
Mas por mais que quisesse ficar ali, por mais que quisesse que o tempo parasse, sabia que o abraço teria que se desfazer e que o clima ficaria meio estranho entre eles.
Com um último suspiro, juntou toda a coragem de seu pequeno corpo.
- Obrigada, Jay. - disse, antes de se esticar toda e dar um selinho no rapaz, dando um passo para trás em seguida. - Pronto. Quites.
Mal acreditava que tinha feito aquilo... Porém, como imaginava, o mundo era subitamente frio fora dos braços de Jayden, mesmo que estivesse calor lá fora.
- Mas se você inventar histórias de que eu estou grávida, eu conto pra Sydney-sama lhe dar uns tabefes. - disse, com um tom levemente brincalhão.
E, apanhando seu chapéu, o recolocou sobre o busto.
- Vou indo, antes que derretam mais. - falou, já indo para a saída.


Jayden desfez o abraço, relutante. Não sabia exatamente por que queria ficar mais tempo ali, abraçado à Íris. Ou será que sabia e não queria admitir? Devia estar realmente enlouquecendo, agindo estranhamente daquele jeito. Se aquilo era efeito do calor do verão de Kafundoh, não queria nem ver quando o verão chegasse de verdade.
- Não foi... - Ia respondendo, quando Íris lhe deu um selinho, subitamente. O rapaz enrubesceu repentinamente, desviando o olhar da terceiro-anista. - Ah... É, quites. - Comentou, voltando à sua coloração normal. - Mas vê se não acostuma. u.u – Disse, enchendo o saco de Íris.
- E é, eles vão acabar derretendo... Enfim, até mais, Íris. - Despediu-se da garota, sem olhá-la nos olhos.


- Hmmmm... Não me acostumar. - repetiu Íris, num tom dúbio. Parecia alguém que fazia pouco da frase, mas sem deixar claro se o motivo era porque era óbvio que ela não iria se acostumar ou se ela não pretendia obedecer o que ele dissera.
Balançando a cabeça consigo mesma, ela deu um pequeno aceno.
- Até segunda-feira, na festa, suponho. - despediu-se, se referindo à festa que iria acontecer no Dia dos Amantes. Provavelmente mal se esbarrariam até lá.
Com um suspiro final, preparando-se para o calor, Íris retirou-se do local, desaparecendo pela porta com seu passo miúdo e rápido.




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[OFF]
Legenda:

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Mensagem por Lady J Ter Abr 05, 2011 1:36 am

Abril. Nos corredores do misterioso castelo da escola Saint Phoenix, murmúrios sobre o Dia dos Amantes já eram recitados, e as primeiras conversas já eram travadas. E é por isso que não foi surpresa que aquela pergunta surgisse, enquanto o primeiro-anista carregava algumas caixas ao acompanhar a veterana.

"Você vai dar chocolates pra alguém, Satine?", Sora puxou conversa, os olhos vermelhos do rapaz observando-a de soslaio.

A veterana deu um meio sorriso misterioso, fitando Sora também de soslaio.
- Je ne sais pas.  - Respondeu suavemente, virando-se para Sora. - Talvez. - Complementou deslizando o indicador pelo queixo do novato.


A pele do rapaz corou instantaneamente. Satine, em sua elegante sensualidade, sempre o deixava sem jeito.

"... cê vai na festa, então?", olhou na direção oposta, emburrado.

- Non.  - Respondeu simples e enfaticamente, numa velocidade surpreendente.
Aparentemente a geisha da Highway não queria tocar no assunto, pois rapidamente desconversou.
- E você, pretende dar chocolates para alguém? Ou vai se fazer de durão? - Sorriu divertida, já imaginando a reação do rapaz.


Ele piscou, abrindo a boca para perguntar as razões da terceiro-anista, mas a súbita pergunta o paralisou novamente.

"u_u= E... esse negócio de chocolates é uma besteira.", inflou as bochechas. "E eu não me deixo manipular por tradições ou convenções. Se eu estiver afim de alguém, vou lá e falo, oras."

Satine realmente se divertia com as reações de Sora. Ele a fazia se lembrar de um certo alguém, na época em que se conheceram. Era nostálgico, de certa forma.
Ao ouvir a resposta do rapaz, a morena fez cara de choro, fitando Sora com um brilho úmido no olhar.
- Quer dizer que seu eu fizer um chocolate para você, você não vai aceitar? - Indagou fazendo-se de inocente, levando uma das mãos à boca.


Boca aberta. Careta. Suor frio.
Nesse sentido, o Garoto-Demônio era muitíssimo previsível.

"NA- não foi isso que eu falei!", se seus braços estivessem livres, ele os estaria sacudindo. "Se... se for você, é diferente! Porque eu te respeito muito e..."

A veterana riu, dando um beijo na bochecha de Sora e bagunçando seus cabelos a seguir.
- Se é assim, fico feliz, Sora-kun. - Respondeu, sorrindo verdadeiramente. - De qualquer forma, Sora-kun vai receber muitos chocolates no dia dos amantes... - Comentou, dando um soriso malicioso. Por mais que o rapaz quisesse se fazer de difícil, ele já tinha um verdadeiro fã-clube no colégio.


"Tch.", ele corou com o gesto, olhando os próprios pés. "Quanto a esses, tenho que aceitar, né? Nikolai sempre diz pra cativar os corações das pessoas. Eu tava acostumado a liderar pelo medo... mas aqui só isso não funciona."

- Ce n'est pas vraiment vrai.  - Disse dando um sorriso desgostoso. - Nikolai cativa o medo no coração de muitos, n'est ce pas? - Comentou desviando o olhar. - De qualquer forma, Sora-kun non precisa ser apenas educado. Você pode recusar os chocolates.

O primeiro-anista pareceu ponderar sobre aquelas palavras. Fez um muxoxo.
"Você recusaria algum, se recebesse?"

A garota ficou pensativa por alguns instantes, então finalmente respondeu sorrindo.
- Se fosse apenas como amigo, non. De outra forma... Bien, oui! Se non posso retribuir o sentimento...
- Comentou, encolhendo os ombros.

Sora piscou, meneando a cabeça.
"Tá, então eu não vou receber. u.u"

A morena riu, abraçando Sora por trás.
- Mas no seu caso, Sora-kun, isso vai aumentar o fã-clube. - Comentou tentando deixá-lo embaraçado mais uma vez.


O primeiro-anista sentiu um arrepio, o corpo ficando instantaneamente rígido.
"Satineee!", gemeu, como numa reclamação submissa, o coração batendo mais forte do que gostaria.

- O quê? '.' - Indagou, fazendo cara de ponto-de-interogação, mas sem soltar o mais novo. - Abraçei muito forte? - Indagou afrouxando um pouco o aperto, temendo ter usado força demais.

"Não é isso, é que... >__<", ele começou a tentar se explicar... mas foi poupado da tarefa.

"Ele fica embaraçado demais com esses gestos de carinho vindos de uma mulher bonita. u.u", um rapaz de pele morena, óculos e cicatriz na bochecha esquerda disse, alcançando os dois. Kokin Foreman, primeiro-anista.

"É um idiota mesmo. ^_^", um oriental de longos cabelos negros e olhos puxados completou, rindo. Sandai Giruga, também primeiro-anista.

(Sora: Vão pro inferno os dois! u_u# / Kokin: u.u Mas é verdade, não? / Sandai: Fufufu. u.u Se quer que a gente vá pra lá, já estamos na direção certa, nessa gangue.~)

Satine riu, dando um beijo na bochecha de Sora.
- Eu acho fofo. E o fã-clube também. - Riu ainda mais alto, voltando a abraçar o primeiro-anista com mais força. - Bien, você já me ajudou bastante, Sora-kun. - Disse soltando o rapaz e pegando as caixas das mãos dele. - Merci.  - Agradeceu, sorindo.


Ainda embaraçado, ele ensaiou um "por nada"... Mas foi então que algo voltou à mente de Sora.

"Por quê você não vai pra festa, Satine?"

A garota ergueu as sobrancelhas, surpresa. Pensava ter desconversado, mas pelo visto o rapaz persistiria naquela pergunta.
- Bien... - Começou, tentando pensar numa desculpa boa o suficiente. - Uma festa em Kafundoh non é exatamente uma festa... Sempre tem brigas demais, bêbados demais... Sem contar que o Dia dos Amantes é o marco do início da temporada da Succubus e do Inccubus. u.u;;; - Comentou lembrando-se dos verões passados em Kafundoh.


"Mas eu queria que você fosse. u_u=", disse ele, sincero.

(Kokin: Oh! o.o / Sandai: u.u E não é que ele consegue ser direto? / Sora: u_ú Dá pra irem se foder?)

A morena fez uma cara pensativa, não parecendo estar pronta a mudar de opinião.
- Non sei, Sora-kun nunca passou pelo verão de Kafundoh... E se Sora-kun virar um Inccubus? u.u - Indagou, séria, como se aquilo realmente a preocupasse.


"u__u00 Eu não entendo dessas macumbas aí... mas se tiver algo que eu tenha que fazer, ou não fazer, pode dizer.", o novato coçou a bochecha, um tanto confuso.

Satine riu da inocência do rapaz, apertando suas bochechas.
- Sora-kun é mesmo fofo. Inccubus e succubus não são macumbas, são demônios. Demônios do sexo, mais propriamente dito. - Explicou, soltando as bochechas do rapaz. - As pessoas costumam ficar um tanto alteradas durante a época do verão de Kafundoh. E um dos fenômenos mais comuns é a possessão pelo inccubus ou pela succubus. u.u A taxa de estupros e de adolescentes grávidas triplica em Kafundoh nessa época, sabia? - Alteou uma sobrancelha, fitando Sora.


"o____o Putaquepariu. Que viagem.", olhou-a, realmente impressionado. Então engoliu em seco. "Eu não vou ser possuído. E ainda protejo você. Que tal?", fez um muxoxo.

(Kokin: u.u Que lindo. / Sandai: em voz feminina Gostosããão. ~ / Sora: U_U Vocês querem sair na porada, caralho?!)

Satine riu, meneando a cabeça, derrotada. Pelo visto não ia conseguir tirar a idéia da cabeça do jovem.
- Bien, se Sora-kun diz... Tá bem, eu irei com você à festa. - Disse por fim, sorrindo misteriosamente. - Mas se Sora-kun se transformar em um inccubus, non irei perdoá-lo. u.u - Disse num tom sério. - Então é melhor cumprir a promessa. - Soriu novamente, dando um beijo na testa do rapaz. - Até mais, Sora-kun. - Despediu-se, afastando-se do grupo.


O rapaz de cabelos negros que lhe caíam pelo rosto e olhos vermelhos sentiu o coração pular uma batida, e nem conseguiu dizer nada, vendo a terceiro-anista se afastar com um olhar tímido de desejo.

"Tá. Prometo,", murmurou por fim, com ela já longe. E suspirou.

Kokin: u.u Que másculo. / Sandai: u.u Só faltam as espinhas e os óculos fundo-de-garrafa pra você parecer um nerd babão.

"Calem a boca, pora! u__u##", reclamou o líder do trio, cruzando os braços. "De qualquer forma! Estão prontos?"

Kokin ajeitou os óculos.
"Sempre."

Sandai assoviou.
"Óbvio."

Sora tirou as fotos amassadas do bolso.
"Não esqueçam dos seus alvos.", entregou a imagem de um rapaz ruivo para Kokin e a de um rapaz loiro para Sandai. "Eles são dureza. Os líderes da EIK High. Nikolai disse para mandá-los para o hospital ou morrer tentando."

Kokin observou a foto, um tanto pensativo.
"Sebastian Santsum e Sollu Nakata, hein?"

Sandai se alongou, sorindo.
"Considere feito. ~"
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[OFF]
Legenda:

Satine

Post em conjunto com Fanf. u.u/ Alterei a forma de falar da Satine porque a anterior é irritante demais em vários sentidos. @_@

Eu editei o jogo, mas o post ainda pode conter erros. u.u; Se eu achar algo, depois eu re-edito.

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Mensagem por Bad Crow Qua Abr 13, 2011 2:19 am

A novela entrou em seu comercial, e ele foi ver se o macarrão instantâneo tinha ficado pronto. O enorme rapaz de cabelos e olhos negros estava sem sua habitual máscara metálica, e servia dois pratos com a refeição quentinha.

Kongou Takeshi usava uma camiseta negra sem mangas, jeans azuis e sandálias brancas. Voltou para a sala, vendo a bela jovem que sentava no sofá, em frente à TV.

"Está pronto."

Sokô estava sentada no sofá com as pernas cruzadas, olhando para a TV, aborrecida. Uma das coisas que odiava eram comerciais. Demoravam mais tempo que uma parte de filme ou novela, era extremamente irritante.

Usava uma t-shirt branca comprida, até acima dos joelhos, com diversas palavras em inglês que a decoravam, como "STFU" e "OMG”. Andava descalça, como gostava de fazer em casa.

Quando ouviu as palavras milagrosas vindas de Takeshi, entortou a cabeça para trás para olhar para ele, vendo-o de pernas para o ar.
- Cheira bem, Kon! ~ - Falou, olhando para os pratos que ele tinha em mãos.


"... não está na hora de você aprender a cozinhar?", o enorme rapaz suspirou, apenas, indo até ela e entregando-lhe seu prato. Sentou-se ao lado da Líder do Nirvana, soprando vapor de seu próprio macarrão.

Ela o olhou de lado.
- Mas porra, ainda tenho muito tempo pela frente para aprender a cozinhar. Dá um desconto. - Pegou num pouco de macarrão e levou-o à boca... rapidamente o voltando a colocar na tijela.

- Puta que pariu, tá queeente!!! - Começou a fazer caretas - Além disso, tenho você aqui, Kon. - Tentou falar, ainda com a boca ardendo.


"... você tem, mas não para sempre.", ele deu mais um longo sopro em seu macarrão. Os olhos negros do rapaz fitaram a garota de soslaio.
"Se bem que acho que, não importa o homem que arranjar, você o fará cozinhar."

Uma aura negra rodeou Charlotte.
- Isso é modo de falar para sua líder, Takeshi-kun...? – sibilou.


"u.u..................", ele estendeu uma das mãos próxima ao rosto dela e, esticando o dedo, tirou da lateral dos lábios da motoqueira um pedaço de macarrão que tinha ficado por ali.
"Por favor, tente deixar essas broncas para quando eu não estiver tomando conta de você, Líder.", disse, irônico.

- Caralho. Agora não posso nem dar bronca nos meus lacaios só por causa de um favorzinho? - reclamou com o mesmo tom de ironia, voltando a comer um pouco de macarrão, agora primeiro assoprando-o para esfriar um pouco.

"Poder, você pode. Mas eu não disse nenhuma mentira.", Kongou suspirou, começando a comer e encarando a TV.

A líder do Nirvana olhou fixamente para a TV por alguns segundos (que pareceram minutos). O silêncio era pesado.
- Isso só vai acontecer caso eu encontre mesmo alguém, Kon. Lembre-se que tenho mais o que fazer do que ficar correndo atrás de homem.


Depois de alguns segundos mastigando, Takeshi pareceu ponderar.
"Como se você precisasse. Mesmo se esquecermos o Isaac, você ainda é a musa de muita gente daqui."

Ela deu-lhe um soco no braço.
- Ow, retardado! Não quero estar com alguém se não o amo! u.ú Tem que ter sentimento!


Kongou meneou a cabeça.
"... sentimentos, hein? Às vezes é desse jeito que dói mais, quando não dá certo."

A garota suspirou.
- A dor nos faz sentir vivos. Ao menos saberei assim que houve algo real, sincero. Melhor do que não haver nada e não significar nada... essa merda de vida já tem mentiras demais.


"Nem toda marca que fica é positiva.", um longo sopro moveu o vapor do macarrão. O motoqueiro estava pensativo.

- Cê não prefere sair com marcas do que nunca abrir a armadura e se expôr? – Sokô olhou para ele, perguntando sinceramente.

Kongou Takeshi sentiu os braços do fantasma de Linda Summers envolverem seu pescoço.
Como sempre, ela os escutava.

"... não sei."

Com um suspiro, mudou de assunto.
"E o Dia dos Amantes? Vamos mesmo na tal festa?"

A usuária de tapa-olho ponderou.
- Ah, sei lá. Não tô com grande vontade de ir. Mas sempre é melhor ir do que sermos os únicos a não estar presentes, faria mal pra nossa reputação. u.u Temos que marcar presença, se mais nada. - voltou a colocar uma garfada de macarrão na boca.


"Mmm. Acho que vou comprar um chocolate, então.", Kongou coçou o queixo.

A motoqueira arregalou os olhos, piscando os mesmos algumas vezes. Rodou lentamente a cabeça em direção a ele.
- Kon... <3 - Sorriu maliciosamente. - Não me diga que já tem uma ninfeta te esperando na tal festa... UH?! - Se aproximou dele, cutucando-o.


"... hum. Tem alguém com quem eu saí esse mês, sim.", o lutador respondeu simplesmente, ao ser cutucado.

- Aaaahhh, me conta, porra! Me conta o que se passou! *-* Sua Líder te ordena que lhe conte. u_u/

O Tanque Dracônico do Nirvana sorriu discretamente ao observar a empolgação de Sokô.
"... basicamente, eu levei a Campeã do Matadouro pra andar de moto."

A jovem sabia de quem ele falava, já que se tratava da nova celebridade da cidade - Singoala Taiga.

- Oh... Você tem bom olho, Kon. ~ Escolheu logo a Campeã gostosinha, huh? Safadiiinho! – Charlotte abraçou-o, enchendo o saco - Bem, não irei te atrapalhar na festa, então. Espero que consiga roubar o coração da ruivinha! – riu.

"Hunf. Roubar o coração, é?", repetiu o rapaz.

Aquela era sempre uma atividade perigosa, em que você expunha o próprio coração enquanto tentava conquistar o de outra pessoa.
E se... essa outra pessoa roubasse o seu coração, também?

"Enfim. Te levo de moto?"

Ela terminou de comer antes de lhe ser feita a pergunta.
- Claro, você sabe que gosto de andar na Laracna. Mas aquela garupa brevemente será reservado para sua namoradinha, não?


"Bom, você tem sua própria moto. u.u", ele também terminou seu prato. "Mas ordens são ordens. O Nirvana é o Nirvana."

Olhou Charlotte, sério.
"A minha moto é sua moto, a qualquer hora, em qualquer lugar. Chame e virei correndo. Sabe disso."

Ela sorriu, carinhosa, olhando nos olhos de Takeshi.
- Você mesmo falou que um dia não poderia mais estar sempre comigo, Kon, e isso é verdade. Haverá alturas em que você não poderá vir em meu auxílio. E eu tenho de me habituar que um dia estarei sozinha, ué.


"... tem 1 ano e meio, ainda.", Kongou fez um gesto vago com a mão. "Nesse meio tempo, eu sou seu guarda-costas em primeiro lugar. Ok?"

Ela riu.
- Está bem. Agora vá lavar a merda dos pratos, brutamontes! U_U


“Sim, senhora.”, ele suspirou e se levantou rapidamente, indo lavar a louça.

Sokô cruzou as pernas e ficou olhando para a TV.
Kon finalmente tinha arrumado alguém depois daquilo, huh?
Quem diria. E quem diria que não seria aquela Rebecca, também.

De qualquer modo, um passo para a frente, um passo em direção ao futuro.

... enquanto ela continuava ali, uma líder com coração de aço e boca suja, sem nem idéia se um dia encontraria alguém.

Soltou um longo suspiro, murmurando.
- Eu, hein... um namorado...


O Tanque ouviu.
"Lembre-se de escolher um que saiba lavar pratos.", disse, em seu tom monótono.

Uma veia saltou da testa da motoqueira, que ergueu bem o dedo médio por cima do sofá.
- Vá. Se. Foder.


Ele sorriu.
A reação era esperada.
Para aqueles dois, essa era uma conversa como tantas outras que tiveram, e que ainda teriam.
Aquela era mais uma das amizades que beirava os laços fraternos, forjadas entre risadas e perigos, abraços e gotas de sangue.

Aquele tipo de amizade que só poderia existir em Kafundoh.

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[Abril] Seis Cenas Empty Re: [Abril] Seis Cenas

Mensagem por Lady J Sex Abr 22, 2011 11:26 pm

Rebecca estava parada em frente a porta do shopping, assim como tinham combinado. Checou o relógio. 15h. Olhou ao redor, procurando por alguém. Nada. Bem, a amiga ainda não estava atrasada, de qualquer forma.

A loira desviou o olhar para o céu. Era realmente um lindo dia de primavera. Em pensar que a época infernal e pervertida de Kafundoh começaria em dias. A jovem suspirou, desanimada com a idéia. Kafundoh era uma cidade muito problemática.


Íris andava um pouco distraida. Prestava atenção nas flores que diziam adeus as árvores que lhe deram vida.
O verão despedindo-se da primavera. Suspirou ao pegar uma flor de cerejeira no ar, aninhando-a na mão. Continuou seu passo, segurando a flor, até avistar Rebecca.
- Ah... Olá, Becky. - cumprimentou-a, apressando o passo. - Desculpe a demora!


A Garota Santa desviou sua atenção para a direção de onde a voz familiar vinha, avistando a Ice Queen. Acenou timidamente, dando alguns passos para frente e abraçando a amiga.

- Olá! - Cumprimentou, separando-se. - Não se preocupe, você não está atrasada. - Disse num tom gentil, entrando dentro do shopping.


Íris deu um de seus sorrisos pequenos.
- Sim.
Ela seguiu a loira, ajeitando a roupa de um jeito um pouco desconfortável.
- Obrigada por ter vindo me ajudar... Eu... Vou precisar bastante de você. - suspirou.
A baixinha usava um dos seus vestidos mais folgados e mesmo assim ele parecia, de algum modo, não lhe cair bem.


Becky olhou para a amiga de enviés, não parecendo muito surpresa.

- Bem, eu disse que você devia comprar roupas novas de vez em quando, mas você insiste em usar os mesmos vestidos de antigamente... Uma hora o nosso corpo cresce, sabe? - Comentou, provocando Íris. - Onde você quer ir primeiro? - Indagou, parando e esperando a líder do Conselho tomar a dianteira.


Íris piscou, parecendo acuada.
- Mulheres não costumam crescer depois dos 18, você sabe. - defendeu-se. - E tem vestidos relativamente novos que não estão cabendo mais.

A baixinha ergueu o olhar, olhando para as faixadas das lojas.
- Que tal aquela? - perguntou, apontando.

A loja em questão estva cheia de vestidinhos dos mais diversos babados na vitrine. Os modelos eram fofos, em estilo lolita, em cores femininas.


Becky apenas encarou a loja, pensando na melhor forma de dizer o que sentia para a amiga. Não queria magoá-la, afinal.

- Absolutamente não. - Cruzou os braços à frente do corpo, reforçando a negativa. - A menos que seu objetivo seja aparecer em algum filme pornô de lolita...


- Mas eu...!
Ela baixou a cabeça, um pouco embaraçada.
- Eu gosto de roupinhas assim. Eu só uso em casa, mas eu... Gosto.

A terceiro-anista só não teve coragem de acrescentar "E você vê muito esse tipo de roupa em shoujos".


- Bom, pra andar em casa você não precisa de roupa, precisa? Caso contrário você não estaria aqui. - Rebateu os argumentos de Íris prontamente, praticamente dando o assunto por encerrado. - Ok, próxima loja. - E puxou Íris, indo para a próxima vitrine.

- Mas, mas... As de casa não estão cabendo tambééém! ç-ç
Íris deixou-se puxar, mas ainda olhava para a loja cheia de vestidinhos enquanto caminhava.
- Então... A próxima loja vai ser aquela... Eu sempre compro naquela, tem os vestidos do jeito que eu gosto... Sem ser de lolita, digo.

E, realmente, a tal loja ostentava um exemplar de vestido digno de Íris na vitrine; comportado, levemente romântico, mas ao mesmo tempo parecendo ser de alguém rígido. Seria adequado para uma senhora casada e com seus 30 anos ir para o trabalho.


A loira de olhos verdes encarou os vestidos da loja por longos segundos, que mais pareceram minutos. Íris realmente comprava vestidos nessa loja?

- ... Não é à toa que seus vestidos sempre pareceram estranhos em você. - Pensou, virando-se para Íris e a encarando durante algum tempo. - Você pretende morrer virgem? Achei que você queria ter filhos e uma família... - Comentou, levando uma das mãos ao queixo, pensativa. - Ou foi outra pessoa que me disse isso? - Murmurou para si mesma.


- Eu não...!
Íris engasgou, corando e baixando a cabeça.

- Becca, por que fala isso? Não vejo nada de errado nos meus vestidos. ._. Eles parecem estranhos em mim? Eu só acho que, atualmente, todos não cabem mais. – protestou, dando ênfase nas últimas palavras


- ... Vamos para a próxima loja. - Disse a Santa, puxando a amiga o mais rápido que podia.

- Mas eu... eu... Beccaaaa! – choramingou a veterana, sendo arrastada mais uma vez. – Eu não acho que esse tipo de roupa combina comigo!
Ela olhava para a loja para onde a amiga a estava conduzindo, os olhos fixos em um vestido curto e jovial na vitrine, além de calças jeans no mesmo estilo.


- O que não combina com você são aqueles vestidos horríveis. u__u' Iris-chan, você só vai saber se tentar, não acha? Além do mais, eu acho que eles vão ficar muito bonitos em você. - Sorriu sinceramente, empurrando a outra para dentro da loja.

- Eu vou ficar parecendo uma ginasial, com essa minha cara de menina e essas roupas desse jei... - Mas Íris não chegou a completar a frase. A estudante havia parado, encarando um dos vários espelhos da loja.

Algo nela estava diferente, além das formas de mulher. Ela... parecia ter crescido, sob vários aspectos.
Seu rosto não era tão infantil quanto pensara... Ou aquilo era novidade?
- É... Eu posso tentar. – concluiu, um pouco encabulada.


Rebecca deu um sorriso enviesado, fazendo um "v" com os dedos.

- Isso! É assim que se fala! Aqui, tem mais alguns vestidos... E calças... E blusas! - Jogou tudo em cima de Íris e fechou a cortina do vestiário, esperando a amiga terminar de provar as roupas.


- Ah, esse é mesmo bonit... - Mas de repente, uma enxurrada de roupas seguiram o vestido e num instante a baixinha estava quase soterrada, dentro do vestiário.

- @_@ Becca... Não acha que... É um pouco...
Mas com um suspiro, Íris desistiu de protestar, pegando primeiro o vestido e experimentando-o. Quando a garota saiu do provador, parecia muito envergonhada, tentando puxar a barra da vestimenta um pouco mais para baixo.
- A-acho que... – ela ergueu os olhos para a loira e mudou de idéia. - Que um número maior seria bom. N-Não sei quando eu vou parar de crescer. – gaguejou.


Becky ergueu as sobrancelhas, encarando Íris. Como sabia que a amiga tinha crescido, já tinha pego roupas um número maior e ainda assim elas estavam curtas.

- Quanto foi que você cresceu nessas férias? - Indagou, indo pegar roupas maiores. Voltou alguns minutos depois e entregou as roupas para a estudante de olhos rubros. - Aqui, experimente essas.


- Na altura? Nada. Bem, ultimamente, acho que só um centímetro. Eu cresci mais pros lados nesses últimos dois meses, depois que as aulas começaram.

Pegou as roupas, olhando meio de enviés para estas.
- Não sei explicar esse meu crescimento tardio também. - e retornou ao provador.

O que se seguiu foi uma sequencia de vestidos e combinações que a baixinha experimentou e experimentou.
Algumas ficavam apertadas. Outras, por exagerarem demais no número, folgadas. Muitas vezes, Íris se acovardava em escolher alguma roupa mais estilosa e menos comportada, mas Rebecca sempre acabava convencendo-a e ela acabava provando.

- Só não me faça... provar os shorts. - protestou, agora trajando uma calça jeans clara e uma blusa levinha e rosa, de alças.


- Por quê? Você pretende morrer assada começando na próxima semana? Ou você não vai sair de casa e vai andar nua pela mansão? - a líder da Saint Phoenix ergueu uma sobrancelha, estendendo a peça de roupa para a amiga.

- Não posso ficar o verão inteiro usando vestidos leves? ._. - arriscou a garota de cabelos lilases, mas mesmo assim pegou os shorts com uma mâo trêmula.

- Nem se comprasse a loja inteira você conseguiria vestidos pra todo o verão... Quer dizer, e quando suas roupas sujarem? Você precisa de roupas extra. u.u~ - Rebateu a loira, como se aquilo fosse muito óbvio.

- Você é crueeel, Becca, muito cruel. - a filha única dos Dufiel choramingou novamente, já entrando no provador. Vários shorts, saias, blusas, calças, vestidos e até casacos depois, além de terem mudado de loja umas quatro vezes, a líder do Conselho estava exausta e lotada de sacolas.

Parecia que tinha travados uma das lutas mais cansativas de sua vida, e olha que a Ice Queen podia se orgulhar de ter um bom fôlego.
- Acho... que está bom... Né, Becca? @_@ - ofegou, se largando num dos bancos do shopping.


Rebecca colocou as sacolas que carregava no mesmo banco no qual Íris estava largada, cruzando os braços e levando uma das mãos ao queixo.

- Hmmm... É, acho que dá para o gasto. - Comentou em SD, pensativa. - Tem mais alguma coisa que você queira fazer aqui? - Indagou, encarando a amiga.


- Acho que eu não vou querer ver um shopping tão cedo. - Íris suspirou pesadamente. - Se bem que tenho que comprar o maldito vestido pro baile... Mas por hoje já chega, não aguento provar mais nada! - massageou as têmporas.

- Vou pedir pra Maddie me ajudar nisso. Você também deve estar cansada.

Então ela olhou para a amiga, parecendo lembrar de algo.
- Por falar no baile... Você vai, não vai?


A Garota Santa arqueou as sobrancelhas, encarando Íris, cética.
- As compras te deixaram zureta? Eu? No meio daquele bando de trogloditas? - Indagou, sem expressar nenhuma emoção. - Você só pode estar brincado, Ice Queen.


Primeiro Íris piscou, parecendo ligeiramente ofendida. Depois sua expressão foi para um pesar profundo.
- Você... Não vai. - repetiu ela, deixando os ombros caírem. - Vai me deixar sozinha... Vai deixar o Nikolai fazer tudo o que quiser... Não vai proteger os inocentes da Saint Phoenix que serão cruelmente aliciados por ele...?


A segundo-anista ficou em silêncio durante algum tempo, processando as imagens em sua cabeça. Chantagem. Isso era o que Íris estava fazendo. Pura chantagem.

- ... u_u# - Suspirou e cruzou os braços, irritada. - Como se a minha presença fosse impedir Nikolai de fazer alguma coisa, de qualquer forma. - Bufou, irritada. Mesmo assim, não ia perder para o rapaz. - Acho que vou ser obrigada a ir, então. Ah, como eu odeio o Nikolai... - Rosnou, insatisfeita. Todo mundo sabia o que acontecia nessas festas. E mesmo assim teria de ir a lugar tão... Indigno. Só mesmo a honra de sua querida escola pra fazê-la ir a tal festa.


A estudante da Suzuken suspirou novamente. Dessa vez de alívio. Queria muito que Rebecca e Maddison estivessem com ela naquela festa, aquilo com certeza a deixaria mais segura.
- Você pode impedir alguns planos dele, com certeza. - disse, como se apenas revelasse os fatos. - Principalmente quanto à influência dele nas mentes dos alunos do seu colégio.
A GodHand apertou as sacolas que ainda segurava em suas mãos.
- Queria que na minha escola as coisas fossem mais simples e tivessem menos gangues também. - lamentou.


- Você fala isso agora, depois de ter sido mole com o Jayden no ano passado? u_u' De qualquer forma, eu preferia que a Highway não existisse... Nikolai é tão problemático... - suspirou Becky. - Bem, já que compramos tudo, vamos embora antes que a Leilla apareça pra encher o saco. u.u0 - pegou algumas sacolas e esperou a amiga se levantar.

- Mole... com o Jayden??? - Íris levantou-se subitamente, o rosto ruborizado. - Eu não fui nenhum pouco mole com o Harper no ano passado! Eu não sei como, mas ele arranjou forças do nada! Pra sua informação, ele conseguiu se levantar mesmo depois de eu ter finalizado um combo com o meu Rosa dos Ventos... Pra alguém com o físico dele, achava que isso era impossível!

Pelo tom que a baixinha usava, estava falando muito sério.
- E eu lutei com todas as minhas forças para acabar logo com aquilo e ir atrás do Josuke... Você não sabe o que eu passei naquela época! Não fale do que não sabe! O Jayden simplesmente lutou muito bem e eu não deveria ter concordado com o plano idiota dos meus veteranos!

As orelhas da Líder do Conselho pegavam fogo enquanto ela começava a andar com passos rígidos, apesar de todo o peso que carregava.


Rebecca simplesmente seguiu Íris, tendo que correr para alcançá-la.
- É difícil acreditar que ele arranjaria resistência do nada. Ele é rápido justamente porque não aguenta muitos golpes, afinal... Mas está bem, se você diz, eu acredito. Me desculpe.


- Não acho que ele seja resistente. O corpo dele ficou muito quebrado. Era como se... Ele estivesse se movendo por pura força de vontade. Tudo isso pra proteger o Josuke. - Íris fez um gesto, enfregando um indicador no outro. - Um tanto suspeito, não acha? Foi a partir daí que eu passei a achar aqueles dois meio esquisitos.

O tom dela era dúbio. Não dava para saber se ela estava brincando ou falando sério.
- E tudo bem, eu sei que é difícil de acreditar, mas foi o que aconteceu.


A Garota Santa encarou Íris, um misto de descrença e desconfiança em seu olhar.
- Su... Suspeito como? - Indagou, franzindo o cenho.


- Suspeito. - disse simplesmente. Antigamente diria mais. Falaria sobre toda sua teoria de como achava que os dois eram um casal e tudo o mais, mas no momento não estava muito afim de fazê-lo. Não depois de tudo o que tinha acontecido entre os dois.

- Ele lutou muito bem pelo seu Chefe, com certeza. - simplificou. - O Josuke tem sorte de ter ele na gangue, ou estaria acabado. - a baixinha abriu a porta do shopping com o pé, pois estava com as mãos muito ocupadas.

- Pena. As vezes, eu queria poder mandar o Josuke, o Nikolai, a Rose e os outros problemáticos todos para um país bem longe, sem passagem de volta. Mas a vida não pode ser tão fácil.


Becky ficou com vários pontos de interrogação na cabeça, tentando entender o que a Ice Queen queria dizer com aquilo.

- Bem, de qualquer forma, estamos em Kafundoh. Arruaceiros sempre irão existir... Ainda mais aqui. - Suspirou, meneando a cabeça. - Precisa de carona até sua casa?


- É verdade, Becca. - Íris assentiu. - Aparecem novos assim que a formatura nos livra de alguns.
A jovem sentou-se num dos bancos na frente da construção, colocando as compras de lado e puxando o celular da bolsa.
- Tudo bem, eu vou chamar o motorista. Obrigada por oferecer. - disse, já discando o número. - Não quer dar uma passada lá em casa e tomar um chá?


A colegial de olhos verdes fez uma cara pensativa, demorando algum tempo para responder.
- Já está tarde, não está? E eu estou realmente cansada... Acho melhor deixarmos para outro dia.


- Certo. -Íris deu um pequeno sorriso. - Obrigada novamente, Becca. Não sei o que eu faria sem a sua ajuda...

Ela olhou para as sacolas, um pouco insegura, lembrando-se do que elas continham.
- Espero me acostumar a usá-las.


- Não se preocupe, você irá! - a Santa ergueu o polegar, incentivando a amiga. - Ah, o James chegou. Até mais, Íris! - E abraçou a colega antes de correr para o carro, acenando de dentro dele.

- Se você diz... - a GodHand correspondeu ao abraço, antes de também acenar para Rebecca. - Tchau, tchau.

Por fim, a garota de longuissimos cabelos lilases olhou para as sacolas novamente.
- Espero... que dê certo. - falou consigo.

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[OFF]
Legenda:

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